por Francisco Mota
Volvidos 47 anos da revolução de Abril, por tudo mas, principalmente, pela Liberdade, falta cumprir Portugal. O sonho de um país próspero, livre e de futuro é precisamente isso: um sonho. Que confrontado com a realidade e, quase cinco décadas depois, é oferecido aos netos de abril, amordaçado, hipotecado, moralmente falido e sem esperança no amanhã.
Um país em que a liberdade apregoada é património de uma doutrina radical, com agenda de forma a impor um pensamento social, económico e cultural. Estamos perante uma ditadura de opinião, num período de liberdade condicionada, onde a comunicação social é um braço armado do sistema, que patrocina os corredores do poder e joga na roleta dos interesses instalados. Uma comunicação social prostituída e violada na sua independência.
Este não é um país livre, desde que o seu povo vive acorrentado ao socialismo e à dependência do Estado. Em que as novas gerações vivem mergulhadas na incerteza e sem expectativas de futuro, onde o Estado assalta os seus projetos de vida e saqueia, com impostos, o seu trabalho e esforço.
Que liberdade é esta quando somos confrontados com um Estado que dita a educação dos nossos filhos e a cultura que assistimos, nos impõe experimentalismos sociais, persegue a iniciativa privada e as empresas? Que liberdade é esta, quando há uma agenda ideológica com o objetivo de condicionamento da liberdade de cada um e ainda de destruição da nossa história, cultura e tradição?
Que país livre é este em que procuram colocar uns contra os outros, instigam à luta de classes e semeiam a subsidiodependência?
Não há liberdade desde que o fator da cunha é a chave do sucesso para subir na vida. O caráter, as convicções e a liberdade são traídas por um punhado de moedas. O elevador social não funciona e onde o mérito deu lugar ao facilitismo.
Que país livre é este em que quem luta em liberdade pelo que acredita, se envolve politicamente, dá do seu tempo aos outros, é depois perseguido, ameaçado e muitas vezes prejudicado se não estiver do lado dos poderosos?
Não há liberdade desde que a política é um quintal de algumas famílias! Onde subir na vida a pulso, pelo mérito, competência, sem padrinhos e em liberdade incomoda e o polvo do poder não descansa enquanto não destruir.
Que país livre é este quando há a colonização e a corrupção dos órgãos de soberania e da justiça? Que país livre é este em que um Governo se confunde com um partido e um partido se confunde com o Estado?
Não há liberdade, há aparências que têm de se manter e que apenas servem para alimentar o poder pelo poder.
Urge um tempo novo de afirmação, de uma ação política em liberdade, personalista, humanista e que coloque o Estado ao serviço do Homem e não o seu contrário. Há uma Nação para afirmar e um Povo para responder. É tempo de libertar os portugueses. Os problemas de hoje são, exatamente, os mesmos de ontem. O país e a democracia estão doentes. É hora de rasgar a escuridão, de dar oportunidade a uma nova visão e a novos protagonistas, sem vícios e capazes de serem verdadeiramente livres para cumprir Portugal!