Os proprietários de habitações no empreendimento Zmar defenderam, este sábado, o fim da requisição civil, após a saída de alguns trabalhadores agrícolas imigrantes.
"Eu acho que a requisição civil não faz qualquer tipo de sentido nesta altura, já se arranjaram sítios para estas pessoas ficarem, espero que sítios dignos para ficarem, sítios onde fiquem definitivamente, que não andem a ser transportados a toda a hora", sustentou Ana Almeida à agência Lusa.
Esta opinião também é partilhada por outro proprietário de uma habitação no Zmar. Paulo Figueiredo assinala que a requisição civil “não faz qual quer sentido”, visto que o número de pessoas infetadas com covid-19 no concelho de Odemira “caiu a pique”.
"Se os casos caíram a pique e há muito poucos casos ativos, não faz qualquer sentido continuar a manter-se uma requisição civil das nossas habitações privadas", afirmou o proprietário.
Paulo Figueiredo também criticou a forma como estão a proceder aos trabalhos de retirada dos imigrantes do complexo turístico, ao avisar que os proprietários não estão a ser informados sobre esta missão.
"A chegada, digamos, foi um ´check-in` feito à bruta, acordaram [autoridades] os funcionários do Zmar às 03:30 da manhã, com todo aquele aparato de metralhadoras, polícia de choque e cães para fazer o ´check-in`, mas para fazer o ´check-out` ninguém diz nada", lamentou Paulo Figueiredo.
Recorde-se que o Governo, em Conselho de Ministros, decidiu manter a cerca sanitária nas duas freguesias de Odemira, mas com "condições específicas de acesso ao trabalho".
As entradas e as saídas, seja para trabalhar ou ajudar idosos, em São Teotónio e Longueira-Almograve são permitidas a partir das 08h00 deste sábado, contudo ficam dependentes de teste negativo à covid-19: teste PCR negativo realizado nas 72 horas anteriores ou teste rápido antigénio negativo realizado nas 24 horas anteriores.