A imagem foi originalmente instalada numa mansão construída por Horace Walpole, filho de Robert Walpole, o primeiro primeiro-ministro da Grã-Bretanha e uma figura central nas artes e na sociedade no século XVIII. O quadro fazia parte de uma coleção importante reunida por Horace.
A pintura de 1561 é historicamente única, já que é o único retrato contemporâneo sobrevivente da rainha francesa, mulher do Rei Henrique II e grande ‘patrocinadora’ das artes na época. A sua aquisição pública realizou-se graças ao regime de Acceptance in Lieu, administrado pelo Arts Council, que permite que os contribuintes transfiram importantes obras de arte e objetos de património para propriedade pública. O material é alocado a museus, arquivos ou bibliotecas públicas pelo ministro apropriado, ficando disponível para todos.
Em óleo sobre tela, medindo 198 x 137,2 cm, o quadro é um imponente retrato de grupo de Catarina de ‘Medici com quatro dos seus 10 filhos. Na imagem, a rainha francesa encontra-se com a mão pousada sobre o ombro de Carlos IX, o seu terceiro filho, que foi coroado Rei da França, em 1560, aos 10 anos. Uma inscrição na base da pintura indica que este estava «no décimo primeiro ano». No retrato também se encontram Henrique lll, futuro Rei e duque de Anjou; Marguerite de Valois, a futura Rainha de Navarra; e François-Hercule, duque de Anjou e Alençon.
Segundo a curadora da Strawberry Hill House, Silvia Davoli, «os gestos de Catherine são altamente simbólicos, já que simultaneamente apresenta o jovem monarca e o mantém protetoramente perto dela, refletindo a influência substancial que esta exerceu sobre a vida política da França e o controle e orientação que exerceu sobre o governo do seu filho», revelou.
Além disso, mostra «o vínculo entre os membros da família e as suas parecenças».
A pintura é atribuída ao ateliê de François Clouet, importante retratista da corte francesa.