TAP. Pilotos chamados nas folgas, acusa sindicato

A estrutura sindical conclui assim que “o número de pilotos de que a TAP realmente precisa é superior ao número de que a empresa diz precisar”, considerando “inaceitável” as posições distintas tomadas pela companhia.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil denunciou pedidos da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) para que alguns trabalhadores efetuem voos em dias de folga, ao mesmo tempo que afirma ter pilotos em excesso.

A estrutura sindical conclui assim que “o número de pilotos de que a TAP realmente precisa é superior ao número de que a empresa diz precisar”, considerando “inaceitável” as posições distintas tomadas pela companhia, acrescentando que "da mesma forma que não se compreende que a TAP afirme ter pilotos em excesso e, ao mesmo tempo, peça a pilotos para trabalharem em dias de folga, também é inaceitável que peça isso a alguns pilotos, ao mesmo tempo que coage outros a sair", sublinhou a direção do sindicato.

Fonte da TAP reiterou hoje à Lusa que o atual quadro de pilotos "está sobredimensionado face aos atuais níveis de operação", uma vez que "a atividade mensal atualmente planeada se posiciona a menos de metade da atividade em igual período de 2019", num período pré-pandemia.

"O planeamento dos pilotos é publicado até ao dia 15 do mês anterior àquele em que os serviços serão executados e, na realidade, saem com muito pouca atividade e inúmeros dias livres, para além das folgas, dando corpo à operação julgada possível face aos constrangimentos e imposições dos vários Estados como medidas de contenção da pandemia", explicou fonte da transportadora.

A TAP lembrou que "operar em pandemia pressupõe um acrescido grau de imprevisibilidade da operação real face ao planeamento, feito com antecedência", o que é causado por "via de cancelamentos ou ajustamentos de voos comerciais, em virtude das medidas dos vários Estados para conter a pandemia, e realização de voos de carga 'ad hoc', desconhecidos na ocasião da realização do planeamento, mas essenciais à sobrevivência da TAP, dado o seu retorno financeiro".

"Em consequência dos cancelamentos, ajustes e novos voos, as estadias de muitos tripulantes em muitas das rotações que lhe haviam sido planeadas têm de ser aumentadas e, em consequência, acabam por ter impacto nos dias de folgas anteriormente programados, sendo que todos são integralmente repostos aquando do final da rotação", sublinhou.

A transportadora aérea notou que, "ainda assim, todos os pilotos, mesmo os pilotos que são convidados para as operações que eram desconhecidas aquando da execução do planeamento, chegam ao fim do mês com um número de dias livres e de folgas muito superior, e uma atividade mensal muito inferior, quando comparada com a que seria possível em situação normal"

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