O piloto instrutor que aterrou de emergência uma aeronave numa praia da Costa da Caparica em 2017, provocando duas mortes, vai a julgamento.
De acordo com a agência Lusa, que cita Rui Patrício, advogado dos arguidos que integram a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), o Tribunal de Almada decidiu não levar a julgamento os três responsáveis da ANAC, bem como três elementos da Escola de Aviação Aerocondor, acusados do crime de atentado à segurança de transporte por ar, agravado pelo resultado morte. Contudo, o piloto instrutor irá a julgamento por condução perigosa de meio de transporte por ar e de dois crimes de homicídio por negligência. A leitura da decisão instrutória ocorreu esta sexta-feira.
"Estamos muito satisfeitos, não só pelo sentido da decisão, mas também pelo reconhecimento – além de outros pontos da nossa defesa – de que as pessoas da ANAC não incumpriram deveres", disseram Rui Patrício e Nuno Igreja Matos, advogados de defesa da ANAC, em declarações à Lusa.
Recorde-se que no dia 2 de agosto, um avião ligeiro, modelo Cessna 152, descolou do Aeródromo de Cascais com destino a Évora, para um voo de instrução. Cinco minutos depois, quando reportada uma falha de motor, foi realizada uma aterragem de emergência na praia de São João, na Costa da Caparica. O acidente vitimou mortalmente uma menina, de 8 anos, e um homem, de 56.