No dia 25 de maio, ‘celebra-se’ o horror, o desespero e a tragédia, por isso eu não consigo perceber como é que se consegue utilizar esta palavra em tantas notícias, no dia Internacional das criança desaparecida. Acho que seria melhor outra palavra. Talvez, no dia 25 de maio, assinalarmos, o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas.
Principalmente no jornalismo, para os pais, que vão ler atentamente estas notícias, deste dia em particular, é preciso ter um carinho muito especial com as palavras, um cuidado muito particular! Podia escrever o nome de todas as crianças que foram desaparecendo ao longo dos anos, com um paradeiro incerto: uma tortura extenuante e sem fim. Podia perder-me nas suas características.
No entanto, o mais importante, é não nos esquecermos delas! E eu não me esqueço: não me esqueço de um caso, em que a pequena Olívia, foi retirada à mãe com quem vivia pelo ‘progenitor’, na Madeira, em 2004. Durante todo este tempo, o mesmo, sempre se recusou a dizer onde estava a filha, levando consigo esse segredo. Se estiver viva, tem hoje 17 anos! Foi algo que me chocou profundamente! Não me esqueço de todos os pais e todas as mães. «Todos os anos a Polícia Judiciária recebe mais de mil participações de crianças desaparecidas. Nos últimos 13 anos todos os casos têm sido resolvidos. As crianças regressaram ou foram encontradas».
Segundo o Amber Alert Europe, desaparecem mais de 300 mil crianças a nível europeu! E não vou aprofundar os meandros da podridão por onde elas podem estar! O Instituto de Apoio à Criança ou a Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas, fizeram ao longo dos anos e continuam a fazer um excelente trabalho de sensibilização e de ação no terreno sobre estes casos!
Porém, existe sempre, o Rui Pedro e os seus pais, a pequena Olívia, o Hélder, a Madeleine, e tantas outras crianças das quais tragicamente só sabemos o seu início, mas fatalmente não sabemos do seu paradeiro, das quais estas mesmas instituições e associações fazem questão de nos lembrar, não só no dia 25 de maio, mas em todos os momentos da sua existência, enquanto instituições, pois é por isso que lutam, pelo bem estar e futuro de cada criança!