A maioria dos profissionais de saúde vacinados no início da campanha da vacinação recebeu a vacina da Pfizer mas os médicos com menos de 65 anos que foram abrangidos pela campanha de vacinação promovida pela Ordem dos Médicos receberam a vacina da AstraZeneca. Na altura, a vacina inglesa estava desaconselhada a maiores de 65, por isso a Ordem distribuiu as vacinas da Pfizer pelos mais velhos e a vacina inglesa pelos mais novos. A partir da próxima semana, começam a ser dadas as segundas doses, mas como a vacina foi entretanto suspensa a pessoas com menos de 60 anos, são agora os médicos mais novos que arriscam ficar só com uma dose.
Ao Nascer do SOL, Miguel Guimarães defende que as atuais regras da DGS devem ser revistas, por estarem a levar que muitas pessoas fiquem apenas com uma dose da vacina. Preveem que que tem menos de 60 anos e pretenda fazer a vacina da AstraZeneca conceda expressamente consentimento, o que está a também a ser pedido no caso das segundas tomas, quando a posição da EMA e do ECDC foi que quem fez a primeira dose da vacina deve fazer a segunda. «Estamos a dizer às pessoas que a vacina é perigosa e que para a tomarem assumem o risco? É surrealista», diz Miguel Guimarães. A Ordem propõe que, atendendo à evidência disponível, se reduza para 40 anos o limite para fazer a vacina da Astra ou sejam definidos grupos em que, pelo princípio de precaução, se desaconselha a segunda dose da vacina inglesa. A norma da DGS só dá duas opções: tomar com consentimento assinado ou ficar à espera de mais dados sobre a hipótese de completar o esquema vacinal com outra vacina.
Infarmed a 28 de maio
Entretanto, a próxima reunião do Infarmed, em que além do ponto de situação da epidemia vai ser apresentada a proposta para o pós-descofinamento pedida pelo primeiro-ministro à equipa de Raquel Duarte e Óscar Felgueiras, foi ontem marcada para 28 de maio, a próxima sexta-feira. Segundo o Nascer do SOL apurou, o encontro começará às 10h. No briefing do Conselho de Ministros desta quinta-feira, Mariana Vieira da Silva não adiantou se na próxima semana será levantado o estado de calamidade, que vigora até 30 de maio, havendo agora uma nota de cautela em relação a Lisboa.