Damiano David, vocalista da banda italiana Maneskin – que no sábado venceu a 65.ª edição do Festival Eurovisão da Canção – voltou a negar as acusações sobre o uso de droga em direto e diz-se “profundamente magoado” com as acusações que estão “a ofuscar” a vitória do concurso.
A banda já negou várias vezes as acusações, quer na conferência de imprensa após o festival, quer em comunicados, e ofereceu-se para “fazer um teste voluntário de despiste de drogas no regresso a casa”, esta segunda-feira. A EBU (European Broadcasting Union), responsável organização do festival, confirmou que o cantor, de 22 anos, seria testado. “Isso foi solicitado pelos próprios na noite de sábado mas a EBU não consegue organizar de imediato.”, afirmou.
Esta segunda-feira, em entrevista à BBC, Damiano David reiterou que estava a olhar para um copo partido e que se baixou para verificar o que se tinha partido.
“Quando eu estava a festejar, vi um copo partido e fiquei tipo: ‘Meu Deus, o que aconteceu?’”, explicou. A presença de um copo partido foi confirmada pela EBU.
“Sinto-me profundamente ofendido, acho que estas coisas são um ultraje. Somos uns miúdos com uma paixão enorme pela música e isto está a ofuscar a nossa vitória. Vamos provar que é tudo uma especulação”, acrescentou. De realçar que os quatro integrantes dos Maneskin têm entre 20 e 22 anos.
Já Victoria de Angelis, baixista da banda, afirma que as acusações “os chateiam”. “Estamos a tentar divulgar a nossa música e a espalhar uma mensagem positiva. Nós nunca usámos drogas”, sublinhou.
O secretário de Estado dos Assuntos Europeus francês, Clément Beaune, afirmou que o incidente deve ser tratado com “total transparência” e que os italianos devem ser desclassificados caso se prove o uso de drogas, dando assim a vitória a França, que ficou em segundo lugar na competição.
“Eu acho que não pode haver dúvidas aqui, tem de haver total transparência. Se há um problema, há consequências. Há medidas provisórias, sanções, incluindo desclassificação se houver problemas”, disse à rádio RMC.
“Não quero ser um mau perdedor, mas em termos de imagem, não podemos deixar que as pessoas pensem que esta competição aceita tais comportamentos”, acrescentou.
No sábado, também o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, reagiu à controvérsia dizendo que a “Eurovisão é responsável por garantir a honra do concurso”.