por Teresa Candeias
Com o processo de desconfinamento em curso, o contexto em que vivemos é, ainda, de incerteza. No âmbito do controlo da pandemia, o plano de vacinação, até agora, decorreu sem problemas de maior e perspetiva-se que no final do verão se atinja, a tão desejada, imunidade de grupo. Tais factos permitem antever que, se não houver um revés, a recuperação da atividade económica se possa concretizar, e em especial, se possa verificar a retoma do setor do turismo que foi tão penalizado durante a pandemia e cujo contributo para o equilíbrio do saldo das contas externas do país é fundamental. Num ambiente competitivo e de rápida e permanente mudança, importa aferir que fatores podem ser determinantes para elevar os patamares de desempenho das organizações impostos por tal exigência. Entre esses fatores encontram-se as competências cuja noção é abordada por diversos autores e sob diferentes perspetivas. De forma genérica, é transversal às definições propostas que as competências integram um conjunto de combinações sinérgicas de conhecimentos, atitudes, aptidões e habilidades. Desta forma, os indivíduos com certas características e capacidades utilizam os seus conhecimentos e, através de uma atitude proativa, geram uma vantagem competitiva para as organizações onde estão inseridos. Ora a aquisição e desenvolvimento de competências pode concretizar-se de três formas: através de formação prévia, durante a vida ativa e através do exercício da atividade profissional.
Neste âmbito, a ciência e a educação assumem um papel fundamental na criação e na qualificação do emprego e, por isso, na capacitação das organizações, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento económico. É inquestionável que a ciência desempenha um papel preponderante na sociedade ao gerar conhecimento. Existe, por isso, um elo indissociável entre a ciência, enquanto geradora de conhecimento, e a educação, como disseminadora e promotora da reflexão crítica que conduz à inovação e, de novo, à geração de novas e renovadas competências. Este círculo virtuoso contribui de forma clara para a redução das desigualdades e para a melhoria da qualidade de vida.
O atual contexto permitiu constatar de forma inequívoca a importância das competências nas diferentes fases do combate à pandemia. Numa fase inicial, na ajuda à deteção das formas de propagação do vírus e na adoção de medidas de contenção da mesma. Depois na descoberta de vacinas em tempo recorde, no planeamento da sua distribuição e, por fim, na elaboração e concretização dos planos de vacinação.
Mas os desafios que se avizinham não são de menor envergadura. Para além da necessidade de manter o controlo da pandemia, o plano de recuperação do país e a gestão estratégica dos fundos que virão de Bruxelas exigirão a todos competências máximas.
*Diretora da Licenciatura em Gestão da Universidade Lusófona do Porto