Os pais e encarregados de educação realçaram, esta quinta-feira, o facto de o bullying estar a ganhar “contornos mais graves e perigosos”, ao defenderem que também é necessário responsabilizar os pais dos jovens agressores, penalizando-os com determinadas medidas preventivas.
Esta é a posição da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), sustentada a propósito do caso que foi divulgado nas redes sociais, em que um jovem foi atropelado no momento em que tentava fugir de uma alegada agressão de bullying por um grupo de colegas da escola, no Seixal. A CNIPE acusa a escola básica Dr. Augusto Louro de “não ter feito tudo para evitar este tipo de ocorrências graves”.
"Este tipo de fenómeno não é novo, mas está a tomar contornos mais graves e perigosos e cada vez em idades mais novas. Preocupa-nos a forma leviana como tudo isto é tratado. Não só o bullying como depois a publicação nas redes sociais", apontou o presidente da CNIPE, Rui Martins, à agência Lusa.
Para os pais da CNIPE, "os pais e encarregados de educação devem estar atentos aos comportamentos dos seus filhos", sejam eles os agressores ou as vítimas.
Para tal, a CNIPE considera que é necessário tomar medidas preventivas no meio escolar, a partir de sessões de sensibilização e ações disciplinares adequadas. Porém, isto não basta, ao defenderem que também é preciso envolver e responsabilizar os pais pelos atos dos seus filhos, segundo a confederação independente.
As escolas devem contar com o apoio dos próprios serviços de psicologia, contudo a CNIPE assume que em alguns casos se deve avançar para "uma penalização ajustada relativamente aos agressores e encarregados de educação".
Como sugestão, a confederação indicou, em comunicado, a participação em ações de cidadania de prevenção e solidariedade ou “serem obrigados” a cumprir horas junto de Instituições Particulares de Solidariedade Social.
O presidente da CNIPE explicou que "há um trabalho diário que é preciso fazer. Quando os alunos são indisciplinados, a escola tem de atuar logo, tem de chamar os pais, falar com eles e perceber quais são os seus problemas. Agora, se uma escola chama um pai várias vezes e ele não vem, então tem de se contactar outros serviços para intervir, porque esse pai existe".
Neste tipo de situação, as escolas podem e devem recorrer a outras entidades, como a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens ou a PSP, sustentou a confederação.