Alemanha investiga fraude com testes ao vírus SARS-CoV-2

Estabelecimentos comerciais que disponibilizam testes rápidos gratuitos revelam ter testado um número de cidadãos superior à realidade para receberem reembolsos do Estado.

A Alemanha está a investigar uma possível fraude com testes ao vírus SARS-CoV-2. Em causa está utilização de testes gratuitos efetuados em estabelecimentos comerciais, que terão inflacionado o número de testes realizados para conseguir um reembolso do Estado.

No país, é obrigatório a apresentação de um teste com resultado negativo para entrar em estabelecimentos de produtos não essenciais, ir a restaurantes ou bares e para ir a eventos culturais. Para tal, o governo alemão assegura um teste gratuito a cada pessoa por semana. 

Os testes são feitos gratuitamente em mais de 15 mil estabelecimentos, que oferecem resultados em 20 minutos. Depois, o governo reembolsa os comerciantes que disponibilizam os testes rápidos à população com um valor de até 18 euros. No entanto, não há qualquer registo oficial do número de cidadãos testados e os dados dependem apenas da informação dada pelo vendedor.

"Existe a suspeita, uma suspeita muito sustentada depois de tudo aquilo que vimos, de que também existe fraude", admitiu, esta terça-feira, o ministro da Saúde, Jens Spahn. "Vai haver consequências criminais", alertou.

A situação foi denunciada, na semana passada, pelo jornal Süddeutsche Zeitung, quando os jornalistas contaram o número de pessoas que fizeram os testes nos estabelecimentos e compararam com os dados enviados às autoridades.

Segundo a publicação, um local fez cerca de 100 testes, mas declarou ter feito 422. Noutro estabelecimento, foram contados 550 testes, mas a empresa declarou ter feito 1.743.