A lontra-marinha mais velha da Europa e uma das mais velhas do mundo, “Maré”, morreu, anunciou o Oceanário de Lisboa, esta terça-feira. A filha das lontras icónicas “Amália” e “Eusébio” tinha 23 anos e morreu devido à sua avançada idade.
O Oceanário conta, em comunicado, que a Maré foi a primeira lontra-marinha a nascer em instituições europeias, “exatamente 20 dias antes da abertura da Expo98 e na fase final dos preparativos para a abertura do Pavilhão dos Oceanos (o atual Oceanário).
“Não estava nos planos da então jovem equipa do Oceanário abrir as suas portas aos milhares de visitantes do Pavilhão dos Oceanos tendo uma lontra-marinha com poucos dias de vida e a necessitar de cuidados extraordinários”, diz a instituição, ao explicar que precisou de “adaptar o percurso e fechar a passagem pelo Habitat do Pacífico durante algumas horas do dia para que a mãe Amália e a filha Maré tivessem os necessários momentos de repouso”.
No dia 2 de maio, a Maré completou 23 anos, uma idade já sénior, uma vez que a esperança média de vida de uma lontra-marinha fêmea é de cerca de 15 anos na natureza, esclarece o Oceanário.
“Pela sua idade avançada sabíamos que estava num período delicado de saúde. A Maré já tinha ultrapassado a esperança média de vida de uma lontra-marinha, sendo a mais velha da Europa e uma das mais velhas do mundo”, afirma a Curadora do Oceanário de Lisboa, Núria Baylina, ao acrescentar que este “é um momento triste” para a instituição, “pois este era um dos animais mais emblemáticos, que vimos nascer e envelhecer, acarinhado por toda a equipa e pelo público em geral”.
A lontra Maré “representou” Portugal em vários aquários europeus, a propósito do programa de reprodução, ao integrar o Aquário do Jardim Zoológico de Antuérpia e o Jardim Zoológico de Roterdão, tendo regressado ao Oceanário em 2010.
Agora a irmã Micas, com quase 20 anos, vai ficar na companhia dos machos juvenis Odi e Kasi, “duas lontras-marinhas que foram resgatadas pelo Alaska Sea Life Center muito debilitadas, com menos de um ano de vida”, que foram acolhidas em 2018.