No dia 1 junho, celebrou-se o dia mundial da criança. Uma criança feliz, com uma infância desafiante mas dita dentro dos parâmetros de qualquer outra criança que tem uma família funcional, festeja este dia, celebra-o, come gelados, brinca com os amigos e faz uma coisa tão crucial que guarda para sempre na sua memória: sorri, dá gargalhadas, não tem preocupações, é livre para poder voar, não tem condicionamentos, não é aprisionada, é apenas UMA CRIANÇA. No entanto, continua a persistir um problema na nossa sociedade, que estamos a combater para rapidamente erradicar, o problema daquelas crianças que são obrigadas a viver em lares onde assistem a violência doméstica. São obrigadas a visitar esses mesmos agressores que lhes causam traumas físicos e psicológicos comprovados por diversas figuras mundiais que já testemunharam sobre este facto. Essas crianças, não celebraram o dia da criança. Essas crianças, estiveram de ouvidos tapados, outras debaixo da cama. Algumas, talvez a socorrer as suas mães, perguntando: «Mãe, estás viva?». Essas crianças, deixam automaticamente de ser crianças, para serem vítimas do abuso e da violência. Do terror e da agonia.
Para que não exista mais nenhum dia da criança ou do ano, em que haja duplas interpretações da lei, é indispensável que fique claro essa mesma lei, como tão bem explanaram alguns deputados da Assembleia da República, passando a citar os seus nomes: a deputada Elza Pais do Partido Socialista, a deputada Beatriz Gomes Dias do Bloco de Esquerda, o deputado João Cotrim Figueiredo da Iniciativa Liberal, a deputada Bebiana Silva, do PAN, o deputado Telmo Correia do CDS e a deputada não inscrita Cristina Rodrigues! É portanto urgente, que se vá directo ao ponto, de legislar, sem qualquer margem para dúvidas, apontando para o seu estatuto, para lá do simbolismo do dia Mundial da Criança.
Para se ser criança é preciso mais do que qualquer ato simbólico por muito bonito que ele seja. É preciso agir em conformidade para que, sem eu saber e ao meu lado possa estar uma criança num terrível sofrimento e por alguma razão ou burocracia, não lhe tenhamos aberto a porta. Se as crianças, são o nosso futuro, esse futuro tem de ser construído desde a raiz, não pode ser construído, quando a raiz está partida naquilo que lhe é mais importante: os seus valores e pilares familiares!