O país imprevisível

O Presidente não perde a oportunidade de gerar confrontos e de falar obsessivamente de seus remédios favoritos, como a cloroquina e outro contra piolhos. Inacreditável!

por Aristóteles Drummond

A teoria na prática é outra. Economia é como política: imprevisível. O Brasil convive com a pandemia sem ceder, com pouca vacinação, crise política interminável, desgaste do governo, mas a economia reage bem. Agora as avaliações, em geral, já apontam para um crescimento de mais de 5%. Claro que com a ocupação de espaços ociosos na indústria e nos serviços, mas é fato importante. O saldo em divisas está entre os maiores do mundo, 350 bilhões de dólares.

A dívida pública sempre preocupa, perto dos noventa por cento do PIB,  assim como a forte presença internacional nas bolsas e demais papéis financeiros, que podem fugir de uma hora para outra. Mas o fato é que a bolsa se mantém estável e as reservas, robustas. A inflação assusta um pouco. O Governo não resiste à tentação demagógica e vai tentar prorrogar a ajuda financeira a quase 50 milhões de brasileiros. E a motivação é eleitoral, embora tenhamos 15 meses até as eleições. Outra atitude eleitoreira do Presidente foi isentar motocicletas da portagem. Vai implicar em aumento de 5% para os demais veículos.

O emprego demora mais a reagir, pois as leis laborais levam os patrões a pensarem duas vezes antes de empregar. É preciso maior liberdade e menos penalidades nos despedimentos.

No pensamento popular, o Presidente seria ‘um macaco em casa de louças’. Não perde a oportunidade de gerar confrontos e de falar obsessivamente de seus remédios favoritos, como a cloroquina e outro contra piolhos. Inacreditável!

E o Presidente conseguiu o que parecia querer: a resposta de manifestações a seu favor levou a oposição às ruas. Quem ganha com isso?

 

VARIEDADES

• O quase centenário Hotel Glória, no Rio de Janeiro, um dos emblemáticos projetos do arquiteto francês Joseph Gire na cidade, teve sua reforma interrompida para se adaptada para venda de habitações de alto padrão. Tem vista para a Baía de Guanabara, a Marina, o Museu de Arte Moderna e para os jardins de Burle Marx, próximo do centro e do aeroporto Santos Dumont.

• A pandemia trouxe a onda de condomínios fora dos grandes centros, com maior contato com a natureza e a segurança. No Rio, na direção da região serrana, e em São Paulo, há empreendimentos como Boavista, e Baroneza – com Z  – com vendas em alta. A Rioforte, empresa portuguesa, vendeu seus terrenos na Baroneza, que fica a 100 km da capital. O fenômeno é nacional.

• Os hospitais privados nas principais cidades voltam a ter oitenta por cento de leitos de terapia intensiva ocupados pela covid.

• O governo do Rio baixou o imposto sobre o combustível para aviões significativamente. O projeto é revitalizar o aeroporto Tom Jobim – Galeão – dos mais modernos do país, mas sem movimento, criando um hub.

• O banco ITAU – UNIBANCO, comunicando  a seus clientes VIP a abertura de um escritório em Lisboa.

• O Flamengo estreou no campeonato nacional derrotando o Palmeiras. E mais uma vez Pedro marcou um gol.

• O Presidente Bolsonaro  autorizou a Copa América no Brasil. Nos mesmos protocolos de segurança da Libertadores,  do Campeonato Nacional e dos regionais. A oposição critica por criticar. Os jogos serão no Rio, Brasília, Goiânia e Cuiabá.

 Rio de Janeiro, junho de 2021