O coronavírus infetou mais 612 pessoas e vitimizou duas, nas últimas 24 horas. Agora, Portugal contabiliza 852.646 casos e 17.034 mortes desde o início da pandemia, em março de 2020. O número de internados não se alterou, continuando com 265 infetados nos hospitais portugueses, dos quais 52 estão a receber tratamentos nos Cuidados Intensivos, mais um do que no sábado.
De acordo com o boletim epidemiológico, Lisboa e Vale do Tejo concentra mais de metade dos novos casos registados (340). Segue-se o Norte, que não chegou a reportar 200 novos contágios (151), o Centro, sem atingir as 50 infeções (49), o Algarve (30) e o Alentejo (19). Já nas regiões autónomas, os Açores reportam 21 novas infeções e a Madeira apenas duas.
Vacinação em massa arrancou na ilha de Santa Maria
Exatamente nos Açores, na ilha de Santa Maria, começou a vacinação contra a covid-19 nas cinco ilhas que não têm hospital, no âmbito da operação “Periferia” – que comporta uma equipa militar chefiada por um farmacêutico e inclui dois médicos e cinco enfermeiros –, revelou a Autoridade de Saúde Regional (ASR).
Segundo um comunicado da ASR, esta operação prevê a vacinação de 1.872 pessoas naquela ilha, aumentando para 4.233 o número de cidadãos inoculados com a primeira dose, correspondente a 82,68% da população vacinável da ilha.
De acordo com o Ministério da Saúde, Portugal Continental ultrapassou, ontem, a marca das seis milhões de doses de vacinas contra a covid-19 administradas à população, das quais cerca de 3,8 milhões correspondem a primeiras doses e cerca de 2,2 milhões a segundas doses.
Subida do Rt
Mais 257 pessoas recuperaram da doença, elevando o valor total de recuperados para 811.897. Portugal tem, neste momento, 23.715 casos ativos. Os indicadores relativos à taxa de incidência e ao risco de transmissibilidade só serão novamente atualizados pela DGS na segunda-feira, pelo que se mantêm os valores de ontem.
Deste modo, a incidência nacional é de 69,8 casos de infeção por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. Considerando apenas o território continental, esse valor é de 67,5. Sublinhe-se que ambos os valores subiram, na sexta-feira, face à atualização anterior que tinha sido feita na quarta-feira.
Já o Rt nacional situa-se agora nos 1,08, nos dados anteriores era de 1,07, mas quando o critério é apenas o continente o risco aumentou de 1,08 para 1,10.
Ajuntamentos no Bairro Alto
Apesar dos casos de infeção por covid-19 não pararem de subir em Lisboa, estando o concelho sinalizado como em estado de alerta pelo Governo – podendo recuar ou parar no plano de desconfinamento se a incidência mantiver a tendência de crescimento nas próximas semanas – centenas de pessoas dirigiram-se, na noite deste sábado, à zona do Bairro Alto, onde conviveram, muitas das vezes sem equipamento de proteção individual nem respeitando a distância de segurança.
O Correio da Manhã, que recebeu várias denúncias relativas à situação e contactou a PSP sobre o sucedido, recebeu como resposta da autoridade que o ajuntamento seria “normal” tendo em conta que os restaurantes fecharam às 22h30. A força de segurança avançou igualmente que não ocorreram desacatos e que não teve de intervir.
Recorde-se que, há uma semana, os empresários do Bairro Alto mostraram-se desagradados com os horários de abertura dos estabelecimentos. Porém, dias antes, em declarações à agência Lusa, associações de moradores de bairros do centro de Lisboa – como a Associação Aqui Mora Gente – disseram estar “revoltadas” com o regresso dos ajuntamentos noturnos, sobretudo de jovens, para consumo de álcool nas ruas, e afirmaram que temiam o aumento de casos de covid-19 nos próximos meses.
“Está fora de controlo. Lisboa dizem que em tempos de pandemia”, escreveu um internauta na descrição de um vídeo alusivo à aglomeração no Bairro Alto, na sua conta da rede social Instagram.
O relatório de monitorização das “linhas vermelhas” da pandemia, veiculado na sexta-feira, 4 de junho, revela que a região de Lisboa e Vale do Tejo pode atingir os 120 casos de infeção por cem mil habitantes num período inferior a 15 dias, caso se mantenha a tendência crescente de transmissão do vírus SARS-CoV-2.