Foram registadas 7.576 suspeitas de reações adversas às vacinas contra a covid-19 em Portugal, revelou, esta sexta-feira, o ‘Relatório de Farmacovigilância – Monotorização da Segurança das Vacinas contra a covid-19 em Portugal’ do Infarmed. Do total, 80 representaram "risco de vida" e 51 morte.
“Os casos de morte ocorreram num grupo com uma mediana de idades de 78,5 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal com a vacina administrada, uma vez que podem também decorrer dos padrões normais de morbilidade e mortalidade da população portuguesa", pode ler-se.
Das 7.576 reações adversas (RAM) notificadas desde o início do processo de vacinação em Portugal, a 27 de dezembro de 2020, até ao passado domingo – num total de 7.371.032 doses administradas – 3.023 (40%) foram classificadas como “graves” e 4.544 (60%) como “não graves”.
Das reações “graves”, 1.814 (23.9%) foram classificadas como “clinicamente importantes”, 867 (11,4%) geraram incapacidade, 220 (2,9%) levaram à hospitalização do utente, 80 (1%) representaram “risco de vida” e 51 (0,7%) morte.
"Se um caso contiver mais do que uma RAM (a situação mais frequente), basta que uma dessas reações adversas seja classificada como grave para que todo o caso também o seja", explica a Autoridade Nacional do Medicamento, sublinhando que são seguidos os critérios da Organização Mundial de Saúde para a classificação de cada caso.
A maioria das reações adversas – 5.214 – são referentes à vacina da Pfizer/BioNTech, num total de mais de cinco milhões de doses administradas. Segue-se a vacina da AstraZeneca com 1.836 reações em mais de 1,3 milhões de doses, a da Moderna com 462 reações em 701 mil doses e, por fim, a da Janssen com 64 reações em cerca de 195 mil doses administradas.
Assim, explica o Infarmed, por cada mil doses administradas, foi registada uma reação no caso da vacina da Pfizer, 1,4 da AstraZeneca, 0,17 da Moderna e 0,3 da Janssen.
O sexo feminino foi o que registou mais reações adversas: 2.153 graves e 3.158 não graves. Já o sexo masculino registou 573 reações graves e 989 não graves.
A reação mais notificada é a mialgia (2.418), seguida de dores de cabeça (2.129), dor no local de injeção (2.013), febre (1.934), náusea (868), calafrios (862), fadiga (827), dores musculares ou nas articulações (687), alterações/aumento dos gânglios (564), fraqueza ou fadiga (398), tonturas (396), dor (389), mal-estar (380), vómitos (365) e diarreia (300).
No entanto, o Infarmed alerta que os dados "não permitem a comparação dos perfis de segurança entre vacinas, uma vez que estas foram utilizadas em subgrupos populacionais distintos (idade, género, perfil de saúde, entre outros) e em períodos e contextos epidemiológicos distintos".