Lisboa é a 83.ª cidade mais cara para expatriados

Pandemia veio agitar o ranking. Portugal subiu 23 lugares e Hong Kong perdeu o primeiro lugar para Ashgabat, revela a Mercer no seu ranking sobre o ‘Custo de vida das cidades’.

A pandemia agitou o ranking sobre o ‘Custo de vida das cidades’ de 2021 da Mercer e Lisboa não ficou de parte: ocupa neste momento o 83.º lugar das cidades mais caras para expatriados, tendo subido 23 lugares no ranking face a 2020.

Esta lista é liderada por Ashgabat, no Turquemenistão, que é agora a cidade mais cara do mundo, tendo ‘roubado’ o primeiro lugar a Hong Kong, que caiu para segundo. Beirute subiu 42 posições para a terceira cidade com custo de vida mais elevado, “como resultado de uma grave e extensa depressão económica, devido à escalada de várias crises – a maior crise financeira do país, a Covid-19 e a explosão do Porto de Beirute em 2020”.

Segundo os dados da Mercer, Tóquio e Zurique caíram um lugar cada, da terceira e quarta posições, respetivamente, para quarta e quinta posições. O sexto lugar é ocupado por Xangai, que subiu uma posição face ao ano anterior. Singapura passou do quinto para o sétimo lugar.

Mas há mais cidades no top 10 daquelas que são as cidades mais dispendiosas para funcionários internacionais: são Genebra (8), Pequim (9) e Berna (10).

No fundo da tabela como as cidades mais baratas do mundo para trabalhadores estrangeiros, estão Tbilisi (207), Lusaka (208) e Bishkek, classificada como a cidade menos dispendiosa, em 209º lugar.

No caso de Lisboa, a capital é a única cidade portuguesa a fazer parte desta lista, apesar de o Porto também ser avaliado. “Se fizermos uma análise das cidades onde o campeonato Europeu de futebol está agora a decorrer, Lisboa situa-se acima de, por exemplo, Baku (172) no Azerbeijão e de Budapeste (162) na Hungria. Já mais caras do que a capital portuguesa são, por exemplo, Londres (18), Amesterdão (44) e Roma (47)”, analisa a Mercer.

A Mercer não tem dúvidas que a pandemia veio alterar um pouco esta lista, principalmente no que diz respeito às empresas. “A covid-19 continua a causar perturbações sem precedentes em relação à mobilidade internacional, levando as empresas a reavaliar como vão gerir a força do trabalho remoto num mundo pós-pandemia”, lê-se num comunicado.

E acrescenta: “Os dados do custo de vida, a pesquisa de mobilidade levada a cabo pela Mercer e as aprendizagens do trabalho da Mercer com clientes, demonstram que após vários anos de esforços das organizações para modernizar estratégias de mobilidade, estas começam a implementar formas alternativas de atribuições internacionais e acordos de trabalho transfronteiriços para sustentar as suas operações e mão-de-obra no exterior”. 

“O custo de vida sempre foi um fator de planeamento internacional da mobilidade, mas a pandemia trouxe toda uma nova camada de complexidade, bem como implicações a longo prazo relacionadas com a saúde e segurança dos colaboradores, políticas de trabalho remoto e flexibilidade, entre outras considerações”, defende Ilya Bonic, presidente de carreira e chefe de estratégia da Mercer. “À medida que as organizações repensam o seu talento e estratégias de mobilidade, dados precisos e transparentes são essenciais para compensar os colaboradores de forma justa em todo o tipo de tarefas”, acrescenta.

Segundo o Inquérito Mundial de Políticas e Práticas de Atribuição Internacional da Mercer de 2020 ficou confirmado que “muitas das empresas inquiridas estão a oferecer opções mais flexíveis para responder a diversas circunstâncias pessoais dos colaboradores”. Outro inquérito da Mercer de 2020/2021 concluiu que mais de 50% dos empregadores inquiridos esperavam mudanças no que toca ao número de transferências unidirecionais, ao desenvolvimento de talento, e às atribuições de curto prazo ou de viajantes nas suas organizações, devido à pandemia.