Por Judite de Sousa – Jornalista
2016. França. Paris. O pulsar mais vibrante de uma Nação levou às lágrimas milhões de portugueses. Muitos acreditaram. Outros tantos duvidaram. Foi um caminho difícil até à final. Duas semanas antes, como enviada especial, acompanhei com imagens e palavras a marcha da seleção nacional e os sentimentos que se iam fortalecendo à medida que Portugal se aproximava da capital francesa. Esse dia chegou. O que aconteceu em Paris encheu a alma de um povo. A memória perdura. Até hoje. Cinco anos depois, as duas Seleções voltaram a encontrar-se e Portugal voltou a mostrar em campo a fibra, a determinação e a resiliência que nos seguem nos momentos mais difíceis. É esta a força da Seleção. E é esta a magia do futebol. À volta da Seleção não existem guerras clubísticas nem jogadas sombrias. O espírito da Seleção é nacional. É a bandeira. É o hino. É a história. É o orgulho de ser português.
À frente da Seleção está há alguns anos um homem de fé. Discreto, ponderado nas palavras, simples, imune às críticas, Fernando Santos constituiu-se como um esteio da seleção. Construiu um grupo de trabalho coeso e solidário. Soube e sabe gerir uma equipa o que deve ser um trabalho homérico quando se trata da gestão de egos. Fernando Santos é um homem de fé e talvez seja essa sua força mais íntima que o tem ajudado a vencer as fases mais difíceis da Seleção. Merece respeito.
A Seleção é um coletivo. Mas como em todas as equipas existem os ‘Galácticos’ para utilizar um nome associado aos tempos de glória do Real Madrid. Cristiano Ronaldo é esse homem. Com competências técnicas únicas, Ronaldo é um caso de estudo. São muito poucos os jogadores que resistiram em grandes clubes e nas seleções aos 36 anos. Em circunstâncias normais, a marca CR7 estaria hoje a jogar nos Estados Unidos ou na Ásia. Ronaldo mantém-se na Europa e reafirma jogo após jogo a sua condição de melhor jogador do mundo. Não é um elogio. É a verificação da verdade.