Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciaram que uma espanhola e dois etíopes da organização foram "brutalmente assassinados" esta sexta-feira na região de Tigray, no norte da Etiópia.
Segundo um comunicado, as vítimas são María Hernández, coordenadora de emergências espanhola, Yohannes Halefom Reda, assistente de coordenação etíope, e Tedros Gebremariam Gebremichael, motorista etíope.
Os MSF revelam que o veículo onde os três seguiam foi encontrado vazio durante a manhã de sexta-feira e os corpos estavam a “alguns metros de distância”.
“Nenhumas palavras conseguem transmitir a nossa tristeza, choque e raiva perante este horrível ataque. Condenamos este ataque contra os nossos colegas nos termos mais veementes e seremos incansáveis para tentar perceber o que aconteceu. María, Yohaness e Tedros estavam em Tigray a fornecer assistência ao povo e é inconcebível que tenham de dar as suas vidas por este trabalho”, acrescenta a mesma nota.
“Manifestamos uma profunda tristeza, indignação e consternação”, refere a organização que considera que a morte destes três membros é “um golpe devastador” para todos os que fazem parte dos MSF.
O Governo português já lamentou "profundamente" o assassinato dos três colaboradores e apelou "a uma cabal investigação deste trágico acontecimento" reiterando "a importância do respeito pelo Direito Internacional Humanitário".
Recorde-se que o partido no poder – Frente de Libertação do Povo Tigray – foi derrubado por um golpe militar, em novembro, comandado pelo exército etíope, com a ajuda das forças da Eritreia e com o incentivo de Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz em 2019. Contudo, os combates continuaram e as forças eritreias são acusadas de vários massacres e crimes sexuais.