Uma equipa liderada por cientistas chineses afirma ter encontrado os restos de uma «nova espécie humana» que viveu na Ásia há pelo menos 146 mil anos e que seria o parente evolucionário mais próximo do Homo sapiens. Os investigadores apelidaram-no de Homo longi, homem dragão, fazendo referência ao nome da região nordeste da China onde o crânio fóssil foi encontrado.
A análise desse crânio indica que se tratava de um homem na casa dos 50 anos. Uma espécie de Frankenstein com características primitivas e modernas: cabeça achatada, arcos grossos sobre as sobrancelhas, boca larga e dentes muito maiores do que os «nossos». Contudo, através da análise do fóssil também foi possível concluir que este possuía «um dos maiores crânios conhecidos pela humanidade e poderia abrigar um cérebro do mesmo tamanho que o nosso». «O fóssil de Harbin é um dos fósseis de crânio humano mais completos do mundo. Esse fóssil preserva muitos detalhes morfológicos que são críticos para entender a evolução do Homo genus e a origem do Homo sapiens», disse Qiang Li, um dos investigadores, à revista científica The Innovation.
A proposta deste grupo de investigação é «um novo olhar sobre a teoria que vê o Homo sapiens como uma espécie única e escolhida». Há cerca de 200 mil anos havia sete espécies humanas diferentes na Terra que às vezes compartilhavam habitat e até procriavam: «Seriam os sapiens, os neandertais, o Homo daliensis, o Homo erectus , o homem das flores, o de Luzon e este novo», explicou ao The Innovation Chris Stringer, investigador do Museu de História Natural de Londres e co-autor de dois dos estudos sobre o homem dragão.
O crânio foi encontrado na década de 1930 por um homem enquanto trabalhava na construção de uma ponte sobre o rio Songhua, na cidade de Harbin, no nordeste da China e esteve escondido num poço para que «os japoneses não o retirassem durante a guerra que opôs os dois países». O crânio foi passando de geração em geração até chegar às mãos de um camponês que decidiu doá-lo à ciência.