Um ciberataque ao sistema informático do Hospital Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, atrasou a divulgação de resultados negativos à covid-19, revelou o secretário da Saúde do Governo dos Açores, esta segunda-feira.
Agora, segundo Clélio Meneses, os casos negativos já estão a ser notificados, uma vez que a principal “preocupação” do HDES foi informar as pessoas que deram positivo à covid-19, para evitar "algum risco de contaminação de outras pessoas”.
"A nossa preocupação foi notificar os casos positivos. Está a haver um trabalho de recuperar todos aqueles negativos que não foram notificados, por impossibilidade. Não foi por incompetência, não foi por má vontade, foi por impossibilidade de proceder a esta notificação", afirmou Clélio Meneses aos jornalistas que estavam de visita à Casa da Saúde de São Miguel, em Ponta Delgada.
De realçar que neste momento, a Região Autónoma dos Açores tem 305 casos ativos de covid-19: 295 em São Miguel, cinco no Faial, dois na Graciosa, um na Terceira, em São Jorge e Santa Maria, respetivamente.
O secretário regional considerou o ataque um “problema grave”, que obrigou a uma “resposta imediata” dos técnicos, “de dia e de noite”, para "evitar que tivesse ainda mais danos" para outras entidades do Serviço Regional de Saúde ou para o "próprio Governo Regional".
"A situação está a ser resolvida, mas exigiu muito dos técnicos da região e, no caso concreto, do HDES para ultrapassar este problema, que está a ser ultrapassado de forma que consigamos manter a segurança de algo que é, neste momento, essencial que são as comunicações dos testes" à covid-19, sublinhou Clélio Meneses.
De notar que no dia 24 de junho, o Governo dos Açores indicou que tinha sido detetada "uma tentativa de intrusão externa no sistema informático" do Hospital de Ponta Delgada, tendo sido acionado um plano de contingência.
"Tendo sido detetada uma tentativa de intrusão externa no sistema informático do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, o Conselho de Administração informa que o mesmo está a funcionar com condicionantes, resultantes da necessidade de o defender e de repelir qualquer ação maliciosa", pode ler-se na nota enviada pelo hospital nesse dia.