“É muito provável” que vacina contra a covid-19 seja adicionada ao Programa Nacional de Vacinação, diz Marta Temido

A ministra da Saúde disse que “esta pandemia tem a característica de não ser fácil de antecipar nada”, ao frisar que “não é fácil” fazer “planos neste contexto”. Porém, o único pormenor que consegue agora prever “é que a situação ainda se vai complicar mais, antes de melhorar”.

A ministra da Saúde disse, esta segunda-feira, que há uma possibilidade da vacina contra a covid-19 ser adicionada ao Programa Nacional de Vacinação no futuro.

"Não havendo certezas é muito provável", assumiu Marta Temido num entrevista liderada por Júlia Pinheiro, no seu programa à tarde na SIC.

"O progresso da ciência colocou-nos neste momento a vacina como uma oportunidade que temos para nos proteger", sublinhou a ministra da Saúde, ao observar que Portugal está a passar novamente por “uma fase muito complicada”.

Questionada sobre os planos que os portugueses poderão fazer para as férias de verão, Temido disse que "esta pandemia tem a característica de não ser fácil de antecipar nada”, ao frisar que “não é fácil” fazer “planos neste contexto".

Porém, Marta Temido indicou que a único pormenor que consegue prever "é que a situação ainda se vai complicar mais, antes de melhorar".

"Há quem diga que nós nunca deixámos de estar na primeira vaga. O que é facto é que tivemos várias ondas e estamos agora numa quarta onda", observou, ao frisar que nesta fase já não há a "sensação de esmagamento" que existiu, por exemplo, em janeiro e fevereiro, momento em que os mais idosos com covid-19 tinham maior probabilidade de desenvolver doença grave e fatal, uma vez que ainda não estavam vacinados com nenhuma dose.

Contudo, a ministra que tutela a pasta da saúde afirmou que agora a “preocupação “ é outra, visto que “há casos graves e fatais, que são jovens, e é igualmente penoso".

A diferença é que neste momento a pressão sobre o sistema de saúde é "ligeiramente diferente", apontou Marta Temido, ao avisar que se o número elevado de novos casos se mantiver, alguns hospitais poderão sentir os mesmos problemas que tiveram noutros tempos graves da pandemia.

Quanto às decisões tomadas ao longo da pandemia, a ministra disse que, apesar de haver algumas em que se acredita mais do que noutras, sempre concordou com todas as medidas implementadas pelo governo.

"Não somos neutros relativamente a todas as decisões que corporizamos (…) mas eu posso dizer, com tranquilidade, que todas as decisões tomadas até agora pelo Governo são decisões com as quais eu estive solidária, nas quais eu acreditei", assinalou.

Porém, Marta Temido admitiu que se pudesse reescrever algumas decisões seriam aquelas que foram tomadas na época do Natal e nas celebrações desportivas, desenhando-as e comunicando-as de outra forma.

"Numa perspetiva estritamente securitária era tudo relativamente simples, dizia-se: fecha tudo, mas essa não é a postura em saúde pública, que é uma das áreas que melhor entende que é preciso construir equilíbrios entre a saúde física, a saúde mental, psicológica e a economia", apontou, ao reconhecer que é “muito difícil” comunicar em “contexto de pandemia”.

"Não é nada fácil comunicar neste contexto, nestas zonas de sombra e sempre que a pressão alivia torna-se mais difícil ainda comunicar as escolhas, porque é mais difícil manter um fio condutor único", explicou a ministra da Saúde, que afirmou que nunca pensou em desistir do seu cargo durante a pandemia.