O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, quebrou, esta sexta-feira, o silêncio sobre o acidente que resultou na morte de um trabalhador, de 43 anos, na A6 e que envolveu o carro que o transportava, no passado dia 18 de junho.
Em declarações aos jornalistas, em Lisboa, à margem da cerimónia dos 154 anos da PSP, Cabrita disse que está a colaborar com o Ministério Público, que tem aberto um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente, e pediu que não se faça aproveitamento político deste caso.
“Neste apuramento dos factos, entendo que não existe nenhum cidadão ou entidade acima do que é o quadro legal aplicável. O que não desejo a nenhum de vós e a ninguém é ver-se envolvido na qualidade de passageiro numa situação tão dramática como esta. E por isso gostaria de fazer um apelo, sem qualquer referência específica: que confiássemos naqueles a quem cabe apurar os factos e não transformássemos algo que é muito triste – no plano pessoal, jamais passei por algo similar – (…) numa matéria de confrontação política”, disse o ministro, que revelou ainda que a sua chefe de gabinete, no dia do acidente, telefonou à mulher do trabalhador a apresentar as condolências.
“Foi aberto um inquérito pelo Ministério Público de Évora o qual certamente apurará todas as circunstâncias que envolveram este acidente. Quer o MAI quer as pessoas que estiveram no local, quer as estruturas do MAI, designadamente entidades dependentes, forças de segurança e seus elementos, não deixarão de prestar a sua colaboração necessário aquilo que sejam todos os pedidos necessários para apurar o que aconteceu”, assegurou, referindo que, aberto o inquérito, decidiu não tecer qualquer consideração sobre o caso.
Questionado sobre se sente que tem condições para continuar no cargo, já depois de a oposição ter pedido a sua demissão, Cabrita coloca a responsabilidade nas mãos do primeiro-ministro, António Costa.
“Essa é uma matéria que é da estrita responsabilidade do primeiro-ministro. Eu tenho quatro anos de exercício, que corresponderam aos quatro anos de melhores indicadores de segurança em Portugal”, sublinhou.
Cabrita revelou ainda que “no quadro do que são as intervenções de poderes políticos, foram dados indicações ao Instituto de Segurança Social para agilizar os mecanismos legais de apoio nestas circunstâncias”, para que sejam “definidas as componentes indemnizatórias”, que “não permitem, de modo algum, compensar aquilo que não tem forma de ser ultrapassado, que é a perda de uma vida”.
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