O advogado de Joe Berardo, Paulo Saragoça da Matta, aplaudiu, esta sexta-feira, a caução de cinco milhões de euros imposta pelo juiz Carlos Alexandre para a libertação do empresário madeirense.
Note-se que a decisão do juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) foi conhecida depois de o Ministério Público (MP) ter deixado cair o pedido de prisão preventiva, propondo que a medida de coação de Berardo fosse o pagamento da caução de cinco milhões.
“A postura dos magistrados do MP foi extremamente correta, leal, legal. As medidas de coação propostas foram lógicas. Foi um belíssimo momento de demonstração de que se pode fazer Justiça e que Justiça não é só prender pessoas", destacou o advogado, em declarações aos jornalistas, estendendo os agradecimentos aos elementos da PSP, aos inspetores da Polícia Judiciária, funcionários do TCIC e trabalhadores do INEM, que esta quinta-feira à noite tiveram de assistir Berardo, que se sentiu mal após o interrogatório.
Sobre a caução, Paulo Saragoça da Matta garantiu que o cliente vai fazer “todas as diligências” para conseguir cumprir o prazo estipulado, de 20 dias, para o pagamento do montante.
“Há um prazo para cumprir e há muitas maneiras para o cumprimento das medidas”, disse, lembrando que as cauções “podem ser prestadas por qualquer pessoa”, depois de os jornalistas se referirem ao facto de Berardo não ter bens em seu nome.
“Pela Santa Casa da Misericórdia ou por qualquer um de vós pode fazer o pagamento da caução. As cauções podem ser prestadas por qualquer pessoa”, indicou.
“Em caso de impossibilidade de pagamento”, o advogado referiu que se falará disso “junto das fontes competentes”.
Questionado se o apartamento de luxo onde Berardo vive em Lisboa pode ser usado como pagamento, o advogado não excluiu essa opção, reiterando que o pagamento pode ser feito com bens.
Embora não tenha revelado a hora da libertação do empresário, o advogado admitiu que esta será “muito em breve”.
Sobre o estado de saúde do madeirense, Paulo Saragoça da Matta foi claro: “Para uma pessoa de 50 anos estes dias de trabalho são muito difíceis, para uma pessoa de 77 é obviamente uma situação muito delicada”.
Recorde-se que o advogado André Luiz Gomes, também arguido no processo, terá de pagar um milhão de euros de caução e está impedido de contactar com Berardo.
O empresário, indiciado por crimes como burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e abuso de confiança, no âmbito do processo da Caixa Geral de Depósitos, já passou três noites detido na cadeia anexa à Polícia Judiciária.