A variante Delta do SARS-CoV-2 foi responsável por 70% dos casos registados entre 21 e 27 de junho em Portugal.
De acordo com o mais recente relatório da monitorização das linhas vermelhas para a COVID-19, da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), “com base em dados de sequenciação genética, a variante Delta (B.1.617.2) ou associada à Índia foi a variante dominante, com uma frequência relativa de 70% dos casos, na semana 24 (14 a 20 de junho) em Portugal”.
Segundo o mesmo relatório, o valor do Rt apresenta valores superiores a 1 ao nível nacional (1,16) e em todas as regiões, indicando uma tendência crescente. Esta tendência crescente é mais acentuada nas regiões Centro e Algarve, que apresentam um Rt de 1,24 e 1,28 respetivamente.
O mesmo acontece com a incidência, mantendo-se esta taxa de crescimento, Portugal poderá atingir em seis dias uma taxa de incidência de 240 novos casos por 100 mil habitantes — valor já ultrapassado em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve.
A DGS e o INSA destacam também que o número de doentes covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente "também revelou uma tendência crescente, correspondendo a 47% (na semana passada 43%) do valor crítico definido de 245 camas ocupadas".
De realçar ainda que nos últimos sete dias, 90% dos casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e foram rastreados e isolados 78% dos seus contactos.
Resumindo, o relatório sublinha que “a análise dos diferentes indicadores mostram uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de elevada intensidade e tendência crescente, disseminada em todo o país – atualmente com maior impacto na região de LVT e Algarve – e associada à disseminação crescente da variante Delta, que é dominante em Portugal continental. No último mês, o aumento da atividade epidémica tem condicionado, um aumento gradual na pressão dos cuidados de saúde, em especial na ocupação dos Cuidados Intensivos”.