Grávidas podem ser vacinadas contra a covid-19 a partir das 21 semanas de gestação

Grávidas precisam apenas de fazer ecografia morfológica e respeitar um intervalo de 14 dias de qualquer outra vacina.

As grávidas com 16 ou mais anos podem ser vacinadas contra a covid-19 a partir das 21 semanas de gestação. Esta informação surge depois de a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizar, este sábado, a norma sobre a campanha de vacinação contra a covid-19.

"As grávidas com 16 ou mais anos de idade devem ser vacinadas contra a covid-19 com as vacinas recomendadas em Portugal e de acordo com as normas da DGS em vigor", lê-se no documento, que indica que não é necessária declaração médica.

"Recomenda-se a vacinação da grávida a partir das 21 semanas de gestação, após a realização da ecografia morfológica, não existindo idade gestacional limite para o início da vacinação", define a norma.

A vacinação deve "respeitar um intervalo mínimo de 14 dias em relação à administração de outras vacinas, tais como a vacina contra a tosse convulsa (Tdpa) e a vacina contra a gripe" e a "amamentação não constitui uma contraindicação para a vacinação contra a covid-19", informa a autoridade de saúde.
 
No documento, a DGS realça que"“as grávidas constituem um grupo com risco acrescido para formas graves de covid-19, quando comparadas com mulheres não grávidas da mesma idade, sendo o risco de doença grave maior no terceiro trimestre da gravidez". Por outro lado, a covid-19 "tem sido também associada a desfechos obstétricos e neonatais adversos decorrentes sobretudo da maior taxa de parto pré-termo".

"A evidência científica sobre a segurança e eficácia da vacinação contra o SARS-CoV-2 na gravidez é ainda limitada, contudo, todas as vacinas disponíveis contra a covid-19 utilizam tecnologias de vírus nãoativados, pelo que não são expectáveis riscos adicionais durante a gravidez e a amamentação. Os estudos recentemente publicados sobre vacinação contra a covid-19 durante a gravidez com vacinas de mRNA sugerem que estas vacinas são imunogénicas durante a gravidez, não tendo sido documentadas questões de segurança", indica.

A DGS sublinha ainda que "os dados recolhidos pelo Centre for Disease Control and Prevention (CDC) não mostraram diferenças significativas nos resultados da gravidez em mulheres vacinadas, em mais de 100.000 registos analisados". Assim, "os benefícios esperados ultrapassam os riscos (teóricos) para a grávida e para o feto, sendo o benefício maior na presença de exposição elevada a SARS-CoV-2 e de patologias de risco”.