Portugal poderá ter o dobro de casos diários daqui a 15 dias se não travar nova vaga de covid-19, aponta Marta Temido

Para a ministra da Saúde, o objetivo é “não voltarmos” ao momento mais crítico da pandemia, vivido nos primeiros meses do ano. Temido anunciou que faixas etárias abaixo dos 18 anos irão receber vacina no final de agosto. 

Portugal, se mantiver o atual ritmo da evolução da pandemia, irá reportar o dobro do número de casos diários de covid-19 nos próximos 15 dias, segundo preveu a ministra da Saúde, esta segunda-feira.

Marta Temido, em entrevista à TVI, indicou que se o país não conseguir inverter o atual cenário, estima-se que "em meados de julho" poderá haver diariamente mais de “quatro mil" contágios, cerca de 800 internamentos nos hospitais e mais de 150 infetados em Unidades de Cuidados Intensivos.

Para a governante tutelada com a pasta da Saúde, o objetivo é “não voltarmos” ao momento mais crítico vivido durante a pandemia no país, entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano.

"Se não tomarmos todos as medidas necessárias as individuais mas também do sistema – vacinação e testagem -, corremos o risco de não conseguir parar a evolução da transmissão da doença", salientou a ministra da Saúde, ao realçar que "a melhor aposta que temos é a vacinação", justificando a posição do coordenador do task-force de acelerar a campanha de vacinação contra a covid-19.

Para tal, a ministra afirmou que, em Portugal continental, começarão a ser vacinadas as faixas etárias abaixo dos 18 anos “no final de agosto”, o que significa que ficarão vacinadas, pelo menos, com uma dose antes do começo do próximo ano letivo.

De mencionar que a Madeira anunciou hoje que irá iniciar a vacinação de menores até aos 12 anos.

"Se continuarmos a seguir o plano que temos e continuarem a chegar as vacinas, na última semana de agosto começaremos a vacinação para os com menos de 18 anos", apontou a governante, ao acrescentar que, "em meados de setembro" está previsto que estejam vacinadas cerca de "80% de pessoas com uma dose" da vacina contra a covid-19 e "cerca de 70% com as duas doses".

Em relação à possibilidade de serem repostas medidas mais restritivas para combater a nova vaga do vírus, Marta Temido admitiu que não se pode "afastar nenhum tipo de medidas", num período em que o país vive uma "corrida contra o tempo" para travar a variante Delta, que está a disseminar-se em massa por Portugal, mas também por outros países europeus, como Inglaterra, Chipre e Espanha.

A ministra da Saúde ainda recordou que, atualmente, o Governo não tem à sua disposição “um quadro legal”, como o Estado de Emergência, para decretar um confinamento, seja em determinadas regiões ou no país.