por Pedro d'Anunciação
Foi triste ver o PR Marcelo Rebelo de Sousa receber a Selecção Nacional de futebol, como se fosse vitoriosa. Não o foi. Nem sequer me pareceu melhor do que a belga.
Fez-me lembrar os tempos salazarentos, em que éramos sempre os melhores, e as derrotas deviam-se à má vontade de terceiros.
Já se sabe que no futebol também é preciso sorte. E não é só no futebol. Consta que Napoleão só queria oficiais com sorte, por acreditar tratar-se de uma característica pessoal.
A Selecção da Bélgica pareceu-me de facto tão boa como a portuguesa, e previ imediatamente que ganharia aquele jogo quem tivesse mais sorte. Foi a belga, entretanbto derrotada, e mandada para casa. Na segunda parte, a portuguesa terá sido superior, mas isso deveu-se à estratégia (que me pareceu logo perigosa) de os belgas preferirem gerir a sua vitória de outra maneira. Ou terá sido por outra razão.
Pareceu-me mais realista, e dentro do futebol, o comentário de Marques Mendes na SIC sobre a matéria, apesar de ser normalmente visível que ele não gosta de contrariar Marcelo.
Portanto faltou um pouco de talento à Selecção Nacional, para ser ali a melhor. Já contra os franceses (entretanto perdedores, apesar de parecerem ter uma equipa bastante melhor do que nós) o jogo foi demasiado equilibrado. Como se viu, e bem, pelo resultado (o empate). E contra os alemães (também já mandados para casa), que na fase de grupos só venceram Portugal? Nesse jogo mostrámos ser uma equipa péssima, e sem reacção possível do próprio Seleccionador, que mudou um bocadinho o desafio demasiado tarde, quando pôs a jogar Renato Sanches. O mal foi terem-nos convencido de que a nossa Selecção poderia ganhar, naquela sua mediania. Não pôde. Era demasiado 2 campeonatos seguidos devido à sorte.