OMS recomenda medicamentos capazes de reduzir necessidade de ventilização e risco de morte a doentes graves de covid-19

A recomendação da OMS baseia-se numa investigação divulgada, esta terça-feira, no Journal of the American Medical Association, na qual foram analisados 27 estudos em 28 países, envolvendo quase 11 mil doentes. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou, esta terça-feira, os medicamentos 'tocilizumab' e 'sarilumab' para tratar doentes com casos graves de covid-19, ao considerar que estes reduzem a necessidade de ventilação mecânica e o risco de morte.

Segundo a OMS, o sistema imunológico dos doentes graves com covid-19 gera citocinas como a interleucina-6 e, através de ensaios clínicos, foi possível verificar que os efeitos desta citocina são beneficamente combatidos com medicamentos como 'tocilizumab' e 'sarilumab', quando são administrados com corticosteroides. De realçar que estes medicamentos são habitualmente indicados para a artrite reumatoide.

A recomendação da OMS baseia-se numa investigação divulgada, esta terça-feira, no Journal of the American Medical Association, na qual foram analisados 27 estudos em 28 países, envolvendo quase 11 mil doentes, tendo concluído que o tratamento com estes dois medicamentos que, ao bloquear os efeitos da interleucina-6, diminuem o risco de morte e a necessidade de ventilar os doentes hospitalizados.

"Em pacientes hospitalizados, a administração de um desses medicamentos, além dos corticosteroides, reduz o risco de morte em 17%, em comparação ao uso de corticosteroides isoladamente. Em pacientes sem ventilação mecânica, o risco de necessidade de ventilação mecânica ou morte é reduzido em 21%, em comparação com o uso de corticosteroides isoladamente", adiantou a OMS, que coordenou esta investigação com várias instituições britânicas.

Para a responsável pela gestão clínica das emergências de saúde da OMS, Janet Diaz, "reunir os resultados de estudos realizados em todo o mundo é uma das melhores maneiras de encontrar tratamentos que ajudarão mais pessoas a sobreviver à covid-19”, pois é uma forma de atualizar a “orientação de tratamento de cuidados clínicos”.