Há anos que investigadores italianos procuram descobrir informações completas e precisas sobre a árvore genealógica de Leonardo da Vinci (1452-1519), o chamado “génio do Renascimento”, responsável pela famosa pintura da Mona Lisa, presente no Museu do Louvre, em Paris. Como o artista não deixou descendentes diretos, acreditou-se, durante vários anos, que sua família estivesse extinta. Mas agora, os resultados da investigação liderada por Alessandro Vezzosi e Agnese Sabato, provam o contrário.
Os resultados dos estudos da dupla de historiadores fornecem, finalmente, uma base sólida para o avanço do projeto de pesquisa de ADN do artista: a pesquisa publicada pela revista Human Evolution, na passada terça-feira, dia 6 de julho, documenta a linhagem masculina contínua de 690 anos, desde o avô de Leonardo, Michele, que nasceu em 1331, passando por 21 gerações e incluindo cinco ramos familiares, até os 14 descendentes vivos hoje.
Vezzosi afirmou, em declarações à agência de notícias Ansa, que ele e a sua colega têm acompanhado o cromossoma Y, que os pais passam aos filhos, e que este permaneceu quase inalterado por 25 gerações. Em 2016, também foram identificados 35 parentes vivos de Leonardo, incluindo muitos da linhagem feminina, mas a maioria eram descendentes indiretos. “Eles não eram as pessoas indicadas para nos fornecerem informações úteis sobre o ADN de Da Vince e, em particular, sobre o cromossoma Y”, acrescentou Vezzosi.
De acordo com os investigadores, estes 14 descendentes encontrados recentemente têm idades entre um e 85 anos e não vivem em Vinci, mas sim em cidades próximas de Versilia e foram descritos como “cidadãos comuns”. O seu ADN será analisado nos próximos meses, comparando o seu cromossoma Y com o dos seus ancestrais em cemitérios antigos e modernos.
O trabalho preenche lacunas e corrige erros nas pesquisas genealógicas anteriores da família de Leonardo, ao mesmo tempo que oferece novas descobertas e atualizações da árvore genealógica: concluiu-se que Leonardo da Vinci tinha pelo menos 22 meios-irmãos, mas nenhum filho. Os cinco ramos da família remontam ao pai de Leonardo, Piero (5ª geração), e ao meio-irmão Domenico (6ª). Desde a 15ª geração, os dados foram acumulados em mais de 225 indivíduos. O estudo, com a colaboração de descendentes vivos, contribui para o trabalho da Leonardo Da Vinci Heritage Association.
Da Vinci foi pintor, cientista, engenheiro e arquiteto e é um dos artistas mais conhecidos em todo o mundo.