Luís Filipe Vieira suspendeu as suas funções enquanto presidente do Benfica. Esta decisão foi anunciada pelo seu advogado, Magalhães e Silva, esta sexta-feira.
"O Benfica está primeiro. Perante os eventos dos últimos dias, em que sou diretamente visado, e enquanto o inquérito em curso puder constituir fator de perturbação, suspendo com efeitos imediatos o exercício das minhas funções". Estas foram as palavras de Vieira que foram lidas pelo advogado.
Magalhães e Silva disse que "é uma suspensão, não é uma renúncia", à entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal, no qual estão a ocorrer os primeiros interrogatório judiciais na sequência da Operação Cartão Vermelho, que levou à detenção do presidente do Benfica, esta quarta-feira.
Quanto à duração da suspensão, Magalhães e Silva indicou que "não há um tempo", portanto será enquanto não for possível exercer as funções da presidência do Sport Lisboa e Benfica. O advogado acrescentou que este anúncio estava a comunicado simultaneamente "ao clube e estruturas interessadas".
Os quatro detidos – Luís Filipe Vieira, o sócio conhecido como o "Rei dos Frangos", José António dos Santos, filho do presidente do Benfica, Tiago Vieira, e o empresário brasileiro Bruno Macedo – deram entrada às 08h49 de hoje no tribunal após pernoitarem pela segunda noite nas instalações do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, em Moscavide.
A investigação levada à cabo pela designada Operação Cartão Vermelho envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, prejudicando o Estado e algumas sociedades. De acordo com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal estão em causa as suspeitas de "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais".
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