Foi esta segunda-feira relatado nas redes sociais o caso de Martim, um bebé de cinco meses com uma hérnia inguinal, cuja cirurgia foi adiada.
A mãe, através do user do Instagram @aos.olhos.da.minhamama, mostrou uma foto da barriga do filho onde eram notórias as hérnias. No texto que acompanhava a publicação podia ler-se que aquilo que se observa é o “estado natural” de Martim há quatro meses.
“Hérnias inguinais bilaterais, não são reversíveis, e já tem o intestino no saco escrotal. Ele chora imenso, e isto com toda a certeza deve-lhe doer”, escreve a mãe. A mesma explica que a operação à criança estava marcada para 19 de Julho (próxima segunda-feira) mas que havia sido “cancelada por conta da covid-19”.
No entanto, após milhares de partilhas e de “comentários a identificar a comunicação social”, afirma a mãe de Martim, a família conseguiu o seu “objetivo, que era expor o caso a nível nacional e na televisão”.
Essa exposição fez com que a mãe fosse contactada pela diretora do Serviço de Pediatria do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF), anteriormente denominado Amadora-Sintra, para informar que a operação estava de novo marcada para dia 19 de Julho.
“É contraditório: ontem desmarcam porque não têm a sala e não têm como operar, hoje já têm a sala e têm como operar. Eu tenho a certeza que se eu não tivesse partilhado, não seria este o desfecho da história”, concluiu a mulher, num vídeo postado na rede social um dia depois da publicação inicial.
Em comunicado, o hospital esclarece que “a cirurgia não foi cancelada ou adiada – foi reprogramada, sem qualquer impacto na data da sua realização, por motivos de baixa médica de um dos profissionais de saúde da equipa médica que estava destacado para o procedimento”, acrescentando que Martim “será alvo de reversão cirúrgica, um procedimento não urgente, agendado para o próximo dia 19 de julho de 2021”.
O Serviço de Pediatria do HFF sublinha também que, “de uma forma geral, as hérnias são uma patologia comum nos recém-nascidos e nos primeiros anos de vida das crianças”, formando-se habitualmente na zona do umbigo ou das virilhas.
“As hérnias são quase sempre indolores e, de acordo com os registos médicos das consultas realizadas no HFF, será este o caso do bebé Martim”, assevera o HFF que afirma não existir qualquer registo de agravamento do estado de saúde de Martim.