Dias depois da onda de protestos que sacudiram Cuba, vários manifestantes prestaram os seus depoimentos sobre o ocorrido e denunciaram abusos policiais e violência excessiva nas ruas e nas esquadras
O Governo cubano ainda não respondeu com um número oficial de detidos, apesar de diversas fontes garantirem que se tratam de centenas de centenas, a maioria jovens. Alguns dos presos que estiveram presentes naquelas que foram as maiores manifestações em Cuba desde os protestos do maleconazo, em 1994, estão agora a ser libertados, alguns em regime de prisão domiciliar e aguardando julgamento.
Romero Negrín, um estudante universitário de 22 anos que foi preso no dia 11 de julho, relatou ao El País que foi levado para um pequeno pátio na esquadra e um polícia “bateu várias vezes com uma tira de madeira” nas pernas. “Ainda tenho as cicatrizes”, contou. “Quando ia a sair veio outro polícia, o 03912 da estação de Dragones, mandou duas pessoas segurarem-me, agarrou-me pelos cabelos com as duas mãos e deu-me uma cabeçada no nariz, quase desmaiei”.