Simone Biles, que em 2016 levou para os Estados Unidos da América cinco medalhas olímpicas (quatro de ouro e uma de bronze), abandonou, esta terça-feira, a final de equipas de Ginástica Artística, nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Aos jornalistas, a ginasta, de 24 anos, explicou o porquê da decisão. “Depois da exibição que fiz, não quis continuar. Tenho de me concentrar na minha saúde mental. A saúde mental é cada vez mais importante no desporto agora”, disse, citada pela BBC.
Considerada uma das melhores ginastas de sempre, Biles afirma que “temos de proteger as nossas mentes e os nossos corpos, e não apenas continuar a fazer aquilo que o mundo quer que façamos”.
"Não confio em mim como confiava antes. Talvez esteja a envelhecer. Houve dias em que toda a gente tweeta sobre ti e sentes o peso do mundo. Não somos apenas atletas. Somos pessoas e às vezes temos de dar um passo atrás", acrescentou em lágrimas.
“Eu não queria fazer algo estúpido que me pudesse magoar”, explicou. “Sinto que o facto de muitos atletas terem falado [sobre saúde mental] ajudou. É tão gigante, são os Jogos Olímpicos. Não queremos sair daqui numa maca”.
Simone Biles qualificou-se para as seis finais femininas, mas desistiu, esta manhã, da participação na final por equipas por “razões médicas”.
"Simone Biles vai ser avaliada diariamente para perceber a evolução do seu estado clínico, de forma analisar a participação em competições futuras", explicou o Comité norte-americano, em comunicado.
As ginastas russas Vladislava Urazova, Viktoriia Listunova, Angelina Melnikova e Liliia Akhaimova acabaram por ganhar a medalha de ouro na modalidade ao totalizarem 169,528 pontos. A Rússia tinha vencido a prova pela última vez em 1992, nos Jogos Olímpicos de Barcelona. Os EUA ficaram pela medalha de prata, com 166.096 pontos, e a Grã-Bretanha levou a medalha de bronze, com 164.096 pontos.