Com uma carreira de 69 anos, Olga Prats foi a primeira pianista a tocar e a gravar o argentino Astor Piazzola em Portugal e a divulgar o fado ao piano, nomeadamente as partituras de finais do século XIX e primeiras décadas do século XX de compositores como Alexandre Rey Colaço ou Eduardo Burnay. Ao longo dos quase 70 anos de carreira, a artista privilegiou a música de câmara, destacando a produção contemporânea.
Começou a tocar piano aos 6 anos, tendo sido aluna particular de João Maria Abreu e Motta. Deu o seu primeiro recital em adolescente, aos 14 anos, no Teatro Municipal de S. Luiz, em Lisboa. Fez o Curso Superior de Piano no Conservatório Nacional onde tinham sido alunas a sua mãe e uma tia, e um bisavô professor. Ao terminar o curso em 1957, prosseguiu os estudos em Colónia, na Alemanha, onde foi aluna de Gaspar Cassadó e de Karl Pillney, e em Friburgo, na Suíça, estudou com Carl Seeman e Sándor Végh.
Na Alemanha, foi bolseira do Governo alemão em parceria com a Fundação Gulbenkian, tocou com várias orquestras e recebeu inúmeros elogios da crítica musical, tendo, em 1958, sido distinguida com o prémio para melhor estudante estrangeira. Em 1960, regressou a Portugal, tendo continuado a estudar com a pianista Helena Sá e Costa.
O seu talento valeu-lhe um convite para ser professora de piano nas classes de música de câmara de Paul Tortelier, Ludwig Streicher e Karen Georgian e, lecionou no Conservatório Nacional e na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML) até novembro de 2008.
Olga Prats foi uma das fundadoras do Opus Ensemble, em 1980, e do ensemble de teatro musical Grupo ColecViva, em 1975. Foi também jurada desde a sua criação, do Prémio José Afonso, que anualmente, distingue um álbum inédito de música portuguesa, e em concursos de música erudita, tanto em Portugal, como no estrangeiro.
Em 2008, o Estado português reconheceu a excecionalidade da sua carreira e o seu contributo para a Cultura portuguesa, tendo-a feito Comendadora da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
No ano passado, celebrando 68 anos de carreira, Olga Prats juntou-se, num concerto, em janeiro, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, a Artur Pizarro, seu amigo, Jorge Moyano, e ao britânico Nick van Bloss, com a Orquestra Sinfónica Portuguesa para interpretarem os concertos para dois, três e quatro pianos, de Bach, projeto que o CCB apresentou como “uma autêntica festa pianística”.