A variante Delta, originalmente conhecida como variante indiana, tem uma prevalência acima de 95% em todas as regiões, revelou, esta terça-feira, o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). No Norte, no Algarve e na Madeira já se verifica uma prevalência de 100% desta variante
O relatório contém uma amostragem que “envolveu laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 118 concelhos por semana” e, de acordo com os dados analisados durante esta semana, “a variante Delta (B.1.617.2) é a variante mais prevalente em Portugal com uma frequência relativa de 98.3%” e está “acima de 95% em todas as regiões”.
No Norte, no Algarve e no Arquipélago da Madeira verifica-se uma prevalência de 100% desta variante. No Centro e no Alentejo a prevalência é de 97,6% e em Lisboa e Vale do Tejo de 97,2%. Já no Arquipélago dos Açores regista-se uma prevalência de 95% desta estirpe.
“Do total de sequências da variante Delta analisadas até à data, 62 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike (sublinhagem AY.1). Esta sublinhagem tem mantido uma frequência relativa abaixo de 1% desde a semana 24 (14 a 20 de junho), tendo sido detetados 6 casos durante o período das semanas 28 (12 a 18 de julho) e 29 (19 a 25 de julho)”, acrescenta o documento.
Já no que diz respeito a outras estirpes, “a frequência relativa das variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1), associadas inicialmente à África do Sul e ao Brasil (Manaus), respetivamente, mantém-se baixa e sem tendência crescente”.
Segundo o documento, “ambas apresentaram uma frequência de 0,4%” e durante a semana 29 não se registaram novos casos da variante Lambda.
“Entre outras variantes de interesse (VOI – variants of interest) em circulação em Portugal, destacam-se as variantes B.1.621 (detetada inicialmente na Colômbia) e Eta (B.1.525) (detetada inicialmente na Nigéria), as quais apresentam mutações na proteína Spike, que são partilhadas com algumas das variantes de preocupação (VOC – variants of concern)”, revela o INSA. No entanto, “estas variantes apresentam uma baixa frequência em Portugal, tendo sido detetadas abaixo de 0,8% (B.1.621) ou 0,3% (Eta B.1.525) desde a semana 25 (21 a 27 de junho)”.
Desde abril de 2020, o INSA tem vindo a desenvolver o 'Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal', com o objetivo de “determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus” e identificar “novas introduções do vírus em Portugal”.
Até à data, foram analisadas 13.256 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 297 concelhos de Portugal.