Uma mulher, que diz ser vítima do esquema de abuso e tráfico sexual associado a Jeffrey Epstein, processou o príncipe André, filho da Rainha Isabel II, alegando que este a agrediu sexualmente quando ela tinha 17 anos.
Os advogados da alegada vítima, Virginia Giuffre, apresentaram a queixa no tribunal federal de Manhattan, na segunda-feira.
"Estou a responsabilizar o príncipe André pelo que fez comigo. Os poderosos e ricos não estão isentos de serem responsabilizados pelas suas ações. Espero que outras vítimas vejam que é possível não viver em silêncio e com medo e recuperar a própria vida exigindo justiça", afirmou Virginia Giuffre, numa mensagem divulgada através de um comunicado.
A mulher sublinhou que avançou com o processo para que possa ficar provado que foi traficada e abusada sexualmente pelo príncipe André.
"Não tomei esta decisão de forma leve. Como mãe e esposa, a minha família vem em primeiro lugar, sei que esta ação me sujeitará a mais ataques do príncipe André, mas se não o fizesse estaria a desiludir todas as vítimas", acrescentou.
Recorde-se que quando surgiu o nome do filho da Rainha Isabel II no escândalo sexual, no final de 2019, o princípe André rejeitou ter tido qualquer comportamento impróprio. Mais tarde viria a demitir-se das suas funções oficiais enquanto membro da realeza e a afastar-se da vida pública.
Confrontado com a acusação específica de Virginia Giuffre, referiu "não ter memória" de a ter conhecido e apontou "uma série de coisas erradas" no testemunho da mulher sobre o alegado encontro entre os dois em 2001.
A acusação, agora apresentada em tribunal, envolve, além do pedido de punição penal, o pagamento de uma indemnização, cujo valor não foi divulgado. Segundo os documentos da queixa, o duque de Iorque terá abusado sexualmente de Giuffre em várias ocasiões, sabendo que esta era menor de idade.