por Pedro D'Anunciação
Eles não perceberão ser preferível ficarem agora com um ou dois trabalhadores a menos, por causa das ditas medidas sanitárias, do que verem-se depois com menos imensos trabalhadores, por doença efectiva?
Isto independentemente do que os políticos, com o pretenso aval dos sanitários, decidiram entretanto. De resto, a posição assumida pelos distintos partidos mostra que, se a guerra é demasiado importante para ser deixada nas mãos militares – a saúde também o é, para ser deixada só nas mãos dos sanitários, por não haver medidas técnicas absolutamente verdadeiras (e ser necessário fazer opções políticas. Corremos o perigo de ninguém querer tomar medidas a favor da população, se não for com o seu acordo pré-eleitoral.
Volto a frisar que a vitória de Ayuso em Madrid, por uma suposta liberdade contra as medidas sanitárias, foi prejudicial em Portugal, onde os políticos vêem Espanha sem terem em consideração a rigidez dos seus votantes (à esquerda e à direita) onde o chamado voto sociologicamente inteligente (aquele que mais varia em função das circunstâncias), quase não existe. É seguramente pior do que em Portugal. Embora todos os eleitorados tendam a ir, pelo menos uma vez, a favor dos populismos. De resto, em Portugal, também existe voto rígido à esquerda e direita: mas esse é o tal que nunca muda, e que deve ser indiferente aos políticos.