Portugal terá mais de 10 mil ‘centenários’ em 2050

Segundo a Pordata, Portugal é o terceiro país mais envelhecido da Europa e o quinto do mundo.

Se no início da década de 60 do séc. XX o índice de envelhecimento português situava-se nos 27,5%, em 2020, havia ascendido a 165,1%. Estes dados, disponibilizados no site oficial da Pordata, não são de estranhar, pois Portugal é o terceiro país mais envelhecido da Europa e o quinto do mundo.

A informação disponibilizada pela base de estatísticas certificadas sobre o país,  percecionada por meio da infografia que traça um retrato dos idosos e revela alguns dados sobre o envelhecimento em Portugal, 22% da população portuguesa atual tem 65 ou mais anos e este número tem tendência para subir.

No que diz respeito ao “perfil do cidadão idoso”, é possível verificar que, em 2019, 58% dos idosos eram do sexo feminino e apenas 11% destas mulheres tinham o ensino secundário completo. A idade média era de 76,1 anos e 8% delas ainda trabalhavam. 68% estavam satisfeitas com a vida.

No que concerne aos idosos do sexo masculino, que correspondem a 42% da população total com 65 ou mais anos, tinham nesse mesmo ano, em média, 74,7 anos. 14% tinham o ensino secundário completo, 17% ainda trabalhavam e 76% estavam satisfeitos com a vida.

Se em 1991 apenas 1,3 milhões das pessoas tinham mais de 85 anos em Portugal, esse número quase duplicou em 2019 (2,3 milhões) e prevê-se que aumente progressivamente e atinja os 3,4 milhões em 2050. Por sua vez, o número de centenários em 1991 era de 754, em 2019 de 4.178 e em 2050 espera-se que chegue aos 10.245.

Se analisarmos a prevalência da terceira idade por regiões, compreendemos que é no Interior que os idosos estão mais presentes, com Alcoutim, no Algarve, a representar 46% da população. A título de exemplo, entre 2014 e 2019, o número de nascimentos triplicou. Nesse ano, em que se registaram apenas três nascimentos no município raiano, a Câmara local implementou o Programa de Incentivo à Natalidade e Apoio à Família. Por outro lado, em 2018, nasceram 12 bebés no concelho, que é um dos mais envelhecidos do Algarve e de Portugal.  Já a Ribeira Grande, nos Açores, é o município com menos pessoas com 65 anos ou mais (9%).

A Pordata revela ainda que um em cada quatro idosos (25%) vive sozinho e que estes são sobretudo mulheres. A maior parte, contudo, vive em casal (49%).

 

Domínios do envelhecimento ativo

Relativamente à independência, isto é, à capacidade de “manter uma vida independente” que “requer condições de saúde, habitação, rendimento, aprendizagem e segurança”, perceciona-se que 38% consideram ter mau estado de saúde, 19% fazem exercício todas as semanas, 69% sentem-se seguros ao sair à noite, a pensão média da Segurança Social situa-se nos 436 euros – valor muito mais reduzido do que os 665 euros correspondentes ao ordenado mínimo nacional – e a idade média da reforma era de 64,3 anos.

Na vertente da participação – voluntariado, cuidados a terceiros e participação política –, 8% frequentam um clube ou associação semanalmente, 22% cuidam dos netos várias vezes por semana, 5% fazem voluntariado todos os meses e apenas 1% foram a uma manifestação.

Na vertente da capacidade – anos de vida saudável, tecnologia, escolaridade e outros potenciadores do envelhecimento ativo –, 30% usam a Internet pelo menos uma vez por semana, sendo que as mulheres têm uma esperança de vida de 87 anos e os homens de 83.

Na área do trabalho, tendo em conta que “o envelhecimento da população sugere a importância de manter o emprego por mais tempo”, é de mencionar que 11,5% dos idosos estão empregados. Destes, 43% na agricultura e pescas, 13% no comércio e 6% na indústria.

Entre 2009 e 2019, somente 16 municípios ganharam jovens, sendo que o maior crescimento se verificou em Lisboa e no Corvo, onde a população menor de 15 anos aumentou 4% e 2,9%, respetivamente. Nesta janela temporal, mais de metade dos concelhos portugueses perderam ainda população em idade ativa e apenas 12 não viram aumentar o seu índice de envelhecimento. Neste momento, só há sete concelhos onde o número de jovens com idades inferiores a 15 anos é superior ao de idosos: Mafra, Ponta Delgada, Vila Franca do Campo, Câmara de Lobos, Santa Cruz, Lagoa (Açores) e Ribeira Grande. O concelho de Oleiros, em Castelo Branco, é aquele onde o número de idosos é sete vezes superior ao número de jovens.