A mortalidade por covid-19 em Portugal está com uma “tendência crescente” e “acima do limiar preconizado” pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC), segundo o relatório ‘Monitorização das linhas vermelhas para a covid-19’, divulgado, esta sexta-feira, pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Segundo o documento, Portugal registou 18,6 óbitos por covid-19 em 14 dias por 100 mil habitantes, apresentando “uma tendência crescente” e ficando "acima do limiar preconizado pelo ECDC".
Já o número de novos casos regista uma “tendência decrescente a nível nacional”. Atualmente a incidência de novos casos situa-se nos 317 por 100 mil habitantes, nos últimos 14 dias, e “apenas no Algarve se observa uma incidência superior ao limiar de 480 casos”, com a região a registar 719 casos por 100 mil habitantes.
As infeções em pessoas com 65 ou mais anos também têm apresentado uma “tendência estável a decrescente a nível nacional”. O INSA revela que neste grupo etário a incidência foi de 126 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
O rácio de transmissibilidade – R(t) – apresenta valores inferiores a 1 em todo o território nacional, com exceção do Alentejo, que regista um R(t) de 1,01, que “corresponde a uma tendência de incidência aproximadamente constante nesta região”.
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Sobre o número de pessoas internadas com covid-19 em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), o relatório indica que se registou no continente “uma tendência estável a decrescente, correspondendo a 66% (na semana anterior foi de 77%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”.
Nos últimos sete dias, “observou-se um decréscimo do número de testes para deteção de SARS-CoV-2”. A proporção de testes positivos foi de 4% e “encontra-se no limiar definido de 4%”.
A variante Delta, originalmente associada à Índia, continua “dominante em todas as regiões”, com uma frequência relativa de 98,9% dos casos avaliados entre 26 de julho e 1 de agosto em Portugal.
Em suma, “análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de elevada intensidade, com tendência decrescente a nível nacional, mas estável nas regiões Centro e Alentejo”.
A pressão sobre os cuidados de saúde tem tendência decrescente e a mortalidade “manter-se-á provavelmente elevada, mas o ritmo de crescimento está a abrandar”.