Johnny Depp afirmou que o seu trabalho no cinema está a ser boicotado por Hollywood, devido às acusações de violência doméstica da ex-mulher, Amber Heard. Em causa está o adiamento da estreia do seu mais recente filme ‘Minamata’.
No filme, Johnny Depp interpreta W. Eugene Smith, um fotógrafo responsável por documentar o escândalo ambiental conhecido como o ‘Desastre de Minamata’, em que centenas de pessoas morreram envenenadas por mercúrio.
"Olhámos essas pessoas nos olhos e prometemos que não iríamos ser exploradores. Que o filme seria respeitoso", disse Depp em entrevista ao The Times. "Acredito que mantivemos a nossa palavra, mas aqueles que vieram depois também deveriam ter mantido a deles", lamentou.
O filme foi comprado pela empresa de audiovisual norte-americana MGM em outubro de 2020, que deveria estreá-lo em fevereiro. No entanto, a data de estreia foi adiada, segundo representantes da empresa, devido à pandemia de covid-19.
"Alguns filmes tocam as pessoas. E este afeta os de Minamata e os que experienciaram coisas parecidas. E por tudo… Para Hollywood boicotá-lo por causa de mim? Um homem, um ator numa situação pouco desejável e confusa ao longo dos últimos anos?", sublinha o ator de 58 anos.
"Mas pronto, estou a seguir em frente para onde preciso de ir para fazer tudo isto, para chamar a atenção", acrescentou.
Recorde-se que o ator e a ex-mulher, casados entre 2015 e 2017, têm-se acusado mutuamente de violência doméstica. Depp perdeu uma batalha judicial, em novembro de 2020, sobre difamação contra o jornal britânico The Sun, que o acusou de ser um "espancador de mulheres". Segundo o Supremo Tribunal de Londres, ficou provado que Heard era efetivamente vítima de violência doméstica, como tal o artigo não era difamatório. O ator viria a perder dois dos seus personagens mais rentáveis: Jack Sparrow, na saga "Piratas das Caraíbas" e Gellert Grindelwald, em "Monstros Fantásticos 3".
Já este ano, o ator voltou aos tribunais para discutir um caso de difamação, desta vez contra a ex-mulher, onde pediu 50 milhões de dólares. O processo começou em março de 2019, depois de, em dezembro de 2018, a atriz ter escrito um artigo no jornal Washington Post sobre ser vítima de violência doméstica. Apesar de o texto não falar em Johnny Depp, o ator alega que foi prejudicado pela sua publicação.
No processo contra a ex-mulher, Johnny Depp afirma que é a verdadeira vítima no casamento. "A Srª. Heard não é vítima de violência doméstica, ela é a perpetradora", lê-se no processo. Após esta acusação, a atriz processou o ator e pediu o dobro: 100 milhões de dólares.