Nos anos 90, tornou-se conhecida por interpretar Rachel Green, a noiva fugitiva que abandona o futuro marido no altar e entra em contacto com a melhor amiga da juventude, Monica Geller, a única pessoa que conhece em Nova Iorque, para reorganizar a sua vida.
No entanto, para além de inspirar o público feminino, tendo passado de ‘menina do papá’ a uma mulher de negócios bem-sucedida, na série Friends, Jennifer Aniston, hoje com 52 anos, não esconde a crença na vacina covid-19 e, mais do que isso, afasta-se dos amigos que não concordam com a sua perspetiva.
No início da semana passada, a atriz que se estreou, em 1988, no filme de ficção científica Mac and Me, disse que perdeu «algumas pessoas da [sua] rotina semanal» que tinham decidido não ser inoculadas contra o novo coronavírus. Em entrevista à InStyle, revista de moda norte-americana publicada desde 1994, para a edição de setembro, a também produtora explicou que «ainda há um grande grupo de pessoas que são antivacinas ou simplesmente não dão ouvidos aos factos».
«Acabei por perder algumas pessoas na minha rotina semanal que se recusaram ou não revelaram [a serem vacinadas/se foram vacinadas ou não], e foi uma pena. Sinto que é a sua obrigação moral e profissional informar, já que não estamos todos a ser testados todos os dias. É complicado porque toda a gente tem o direito à sua própria opinião – mas muitas opiniões não parecem ser baseadas em nada, exceto no medo ou na propaganda», sublinhou.
A partir daí, alguns dos seus 37 milhões de seguidores, na rede social Instagram, perguntaram por que motivo estava tão preocupada, já que havia sido vacinada. «Se uma pessoa tem a variante, ainda a pode passar a mim», respondeu Aniston, lembrando que com isto poderia ficar «ligeiramente doente», mas supostamente sem necessidade de intervenção hospitalar nem em risco de vida.
«Mas eu posso passar a outra pessoa que não tenha a vacina e cuja saúde esteja debilitada ou tenha uma doença e portanto colocaria a sua vida em risco», realçou nas histórias, a funcionalidade que permite aos utilizadores publicarem fotografias, vídeos e/ou mensagens que ficam disponíveis apenas por 24 horas.
Apesar de celebridades como Dolly Parton e Joe Jonas terem partilhado as suas experiências com a vacinação para encorajar outros a fazer o mesmo, a verdade é que Aniston foi a primeira a assumir que não quer estar próxima de quem apresenta atitudes negacionistas.
Inclusivamente, numa das stories que veiculou posteriormente, a artista que se reuniu com os colegas Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc, Matthew Perry e David Schwimmer, no final do passado mês de maio, em Friends: The Reunion, partilhou a imagem de um bordado com a inscrição ‘O que não te mata sofre uma mutação e tenta novamente’.
O alcance de Aniston não é de estranhar, pois, em 2019, quando se juntou ao Instagram, quebrou o recorde de tempo para obter 1 milhão de seguidores na plataforma. Contudo, importa referir que outras celebridades já tiveram um impacto elevado nas escolhas que os fãs fazem.
A título de exemplo, o ‘Efeito Angelina Jolie’ prende-se com o facto de ter existido um aumento nos testes genéticos para analisar genes relacionados com o cancro da mama depois de a atriz ter revelado, em 2013, que fez uma mastectomia dupla preventiva após testar positivo para o gene BRCA1.
Naquilo que diz respeito ao cancro da mama ligado à mutação dos genes BRCA1 e BRCA 2, o risco dos portadores identificados com uma ou outra mutação é elevado quando há familiares que têm a doença antes dos 35 anos. de idade.
É de realçar que segundo um estudo britânico, publicado no Breast Cancer Research, entre junho e julho de 2013 havia 4.847 referências para o teste genético que identifica a mutação BRCA enquanto existiram 1.981 no período homólogo de 2012.
Outro país influenciado pelo anúncio de Angelina foi o Canadá, na medida em que um estudo realizado em Toronto e apresentado no Breast Cancer Symposium 2014 provou que seis meses depois da cirurgia da atriz a procura pelo teste genético para BRCA sofreu um aumento de 90% em relação ao período anterior à intervenção.
É de lembrar que, volvidos dois anos, a atriz e cineasta norte-americana anunciou que se submeteu a uma cirurgia preventiva para retirar os ovários e as trompas de Falópio. À época, num artigo publicado no jornal New York Times, Jolie, que perdeu a mãe, Marcheline Bertrand, a avó e uma tia com cancro, deixou claro que tinha 87% de desenvolver cancro da mama e 50% de sofrer de cancro do ovário.