A polícia italiana disse, esta quarta-feira, que está sem meios para terminar com uma ‘rave’ ilegal, na qual estão cerca de oito mil jovens, vindos de vários países europeus, numa área privada na região centro da Itália. Para evitar a entrada ou saída de participantes, a polícia bloqueou os acessos da zona da ‘rave’ com veículos.
Os jovens começaram a chegar na noite de 13 de agosto, com o intuito de se manterem acampados na zona de uma festa, localizada junto às margens do lago Mezzano, na localidade de Valentano, em Lazio, até ao dia 23 de agosto, segunda-feira.
Segundo as agências internacionais, já ocorreu uma morte entre os milhares de participantes do evento. De acordo com a agência espanhola EFE, estão a registar-se altas temperaturas naquela região e o local onde os jovens acampam não têm estruturas sanitárias.
O dono da área onde está a decorrer a festa ilegal disse à fonte italiana que os jovens “estão a destruir uma jóia” e que já fez todos os esforços para impedir a festa.
Segundo admitiu o chefe da polícia de Viterbo ao mesmo jornal, as forças policiais não têm meios para resolver a situação, devido à dimensão da área e ao número elevado de participantes.
"A retirada das pessoas é impossível, pois os milhares de participantes estão espalhados por uma área de 30 hectares e o contexto operacional é o que é", explicou o chefe da polícia.
As autoridades locais confirmaram a morte de um rapaz de 25 anos, com dupla nacionalidade inglesa e italiana, cujo corpo foi encontrado por mergulhadores no lago Mezzano. Segundo relatos dos amigos, o jovem terá entrado no lago durante a noite.
Além da vítima mortal, outros três jovens deram entrada no hospital local em coma alcoólico, um dos quais tendo testado positivo à covid-19, informou o jornal italiano La Repubblica.
O presidente da câmara de Valentano, Stefano Bigiotti, já veio criticar fortemente o evento, visto que poderá comprometer “a segurança de toda a comunidade local”.
"Não só pelos altíssimos riscos associados à emergência epidemiológica [pandemia de covid-19]", mas também pelos possíveis danos ambientais, apontou o autarca, que pediu, esta quarta-feira, a intervenção da ministra do Interior italiana, Luciana Lamorgese, para travar a festa.
"Espero que os culpados desta iniciativa perversa e vergonhosa possam ser identificados e levados à justiça sem demora", frisou Stefano Bigiotti. Ainda é desconhecida a identidade dos promotores da festa.