A campanha para extinguir as chamas do Estado da Califórnia ganhou uma nova dimensão depois de o incêndio “Caldor Fire” ter explodido em tamanho. Este desastre obrigou a empresa Pacific Gas and Electric Company a encerrar as suas instalações para impedir que as linhas de eletricidade provocassem mais chamas e a enviar os seus cerca de 51 mil trabalhadores para casa como forma de precaução.
“O incêndio cresceu e está a espalhar-se rapidamente”, disse um porta-voz do departamento de controlo de incêndios de Sacramento, Chris Vestal, acrescentando ainda que o as chamas estão a desenvolver-se tão rapidamente, devido aos ventos e à elevada humidade, que estão a superar a capacidade do departamento para as documentar.
O “Caldor fire” despoletou este fim de semana e, apesar de inicialmente ser considerado um incêndio de menor dimensão, explodiu em tamanho esta quarta-feira enquanto atravessava a região de Grizzly Flats, com cerca de 1200 habitantes.
Este incêndio devastou tudo o que tocou no seu caminho, foram poucas as casas que se mantiveram intactas, algumas até foram reduzidas a cinzas e metal retorcido, enquanto as ruas ficaram cheias de cabos de energia e postes caídos. Um posto de correios e uma escola primária também foram destruídos.
Incêndios históricos Não está a ser um verão fácil para os californianos, que estão a enfrentar aquele que é o maior incêndio florestal individual registado neste estado, o “Dixie Fire”, e que continua a destruir áreas florestais.
O vento não ajuda a melhorar a situação, tendo conduzido as chamas para Sierra Nevada, o que levou as autoridades a colocar em Susanville, cidade que alberga cerca de 18 mil pessoas, vários operacionais de prevenção para retirarem residentes das suas casas. “Não estão livres de perigo e as próximas 24 horas são cruciais para observar o comportamento do fogo”, explicou o responsável de operações, Mark Brunton, citado pela agência AP.
Este incêndio, que só está 31% controlado, já destruiu mais de 604 mil hectares e destruiu pelo menos 1857 infraestruturas. Até ao momento, ainda não foram reportadas pessoas mortas devido aos fogos.
O “Dixie Fire” ou o “Caldor Fire” são apenas dois exemplos entre os cerca de 100 incêndios ativos que estão a assolar o oeste dos Estados Unidos, uma região que se tornou um chamariz para os incêndios devido à seca histórica, às semanas consecutivas de temperaturas elevadas e ao tempo seco que deixou árvores e vegetação altamente inflamáveis.
Este é mais um exemplo das consequências da crise climática que o planeta Terra está a enfrentar e cientistas, citados pelo Guardian, alertam que, nos últimos 30 anos, o oeste dos Estados Unidos tornou-se mais quente e seco do que nunca e o clima “vai continuar a tornar-se mais extremo e os incêndios mais destrutivos”.