Estudo do INSA revela que Pfizer e Moderna são menos eficazes contra variante Delta

Segundo o INSA, as “conclusões estão de acordo com os estudos internacionais que avaliaram a efetividade das vacinas covid-19 contra a variante Delta”.

Um estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e da Direção-Geral da Saúde (DGS), em colaboração com a Unilabs, concluiu que as vacinas que recorrem a RNA mensageiro – como as da Pfizer e Moderna – são menos eficazes a prevenir a infeção pela variante Delta do que pela Alpha.

O estudo teve como objetivo perceber “a efetividade das vacinas mRNA contra a covid-19” e estimou que “o risco de uma infeção pela variante Delta em vacinados é, aproximadamente, o dobro do risco de infeção pela variante Alpha. É "uma tendência verificada tanto em indivíduos com o esquema vacinal parcial como em indivíduos com o esquema vacinal completo”.

Segundo o INSA, as “conclusões estão de acordo com os estudos internacionais que avaliaram a efetividade das vacinas covid-19 contra a variante Delta”.

“De acordo com os resultados obtidos, observou-se que os infetados com a variante Delta apresentaram, em média, valores de carga viral mais elevados, o que poderá significar uma maior transmissibilidade. Estes resultados sugerem uma menor efetividade das vacinas mRNA contra a infeção pela variante Delta em comparação com a variante Alpha”, acrescenta o relatório.

O estudo, que analisou 2.097 casos de infeção por SARS-CoV-2 confirmada laboratorialmente por RT-PCR, contribuiu para “robustecer a evidência científica sobre a menor efetividade das vacinas mRNA contra a infeção pela variante Delta, assim como a maior transmissibilidade desta variante”. No entanto, não foi analisada a efetividade das vacinas mRNA contra doença sintomática, hospitalização ou morte.

Segundo o estudo, estima-se que “no período de predomínio da variante Alpha, a efetividade das vacinas mRNA contra infeção era de 55 a 70% com esquema parcial e de 70 a 90% para o esquema vacinal completo”. Já na variante Delta, a efetividade passa de 24% a 39% para vacinados com uma dose e de 41% a 80% para quem tem as duas doses.

O estudo revela ainda que as pessoas vacinadas com as duas doses “apresentaram menor carga viral e potencialmente menor transmissibilidade do que os indivíduos não vacinados para ambas as variantes”.

“No caso dos indivíduos infetados com a variante Delta, não se identificaram diferenças no indicador de carga viral entre os indivíduos não vacinados e os vacinados parcialmente, sugerindo assim equivalente nível de transmissibilidade.”, acrescenta.