O coordenador da task-force responsável pelo plano de vacinação em Portugal, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, revelou, esta terça-feira, que a Direção-Geral da Saúde (DGS) está a avaliar a necessidade de administrar uma terceira dose da vacina contra a covid-19. A acontecer, será apenas em “casos pontuais”.
Questionado pelos jornalistas numa visita a São João da Madeira, Gouveia e Melo sublinhou que “não há nenhuma decisão sobre a terceira dose da vacina”, mas que o assunto está a ser "tratado" pela autoridade de saúde.
“Não há, sequer, certeza científica da sua necessidade. Uma coisa é dar uma terceira dose a quem é imunodeprimido, mas são casos muito pontuais, não é uma terceira dose generalizada”, afirmou.
Sobre o eventual encerramento dos centros de vacinação, o coordenador revelou que também “ainda não há decisões nesse sentido”, apenas “planos”.
“Neste momento ainda temos muita gente para vacinar. O processo tem andado bem. Já estamos com 80% de primeiras doses, 70 % a 72% de segundas doses. Temos de ficar no mínimo a 85%. Tenho a certeza que as autarquias e os senhores presidentes de câmara não vão no fim da corrida desistir. Hão de estar connosco até ao fim da corrida”, disse.
Caso se venha a provar a necessidade de uma terceira dose em “casos raros”, o “plano” é que estas venham a ser administradas já em centros de saúde.
“Fizemos um plano de emergência para vacinar cerca de nove milhões de pessoas, com, grosso modo, duas doses. Quando estamos a falar não do reforço geral, mas de coisas muito específicas, estamos a falar de 100 mil pessoas. Não há necessidade de ter toda esta capacidade para vacinar 100 mil pessoas. Isso pode ser feito perfeitamente nos centros de saúde. O que temos de acabar é este processo de emergência”, explicou.
Sobre a abertura da modalidade ‘Casa Aberta’ para maiores de 12 anos, Gouveia e Melo afirmou que o objetivo é “facilitar a vida aos pais e famílias”.
“Abrimos a casa aberta para facilitar a vida aos pais e famílias. O próximo fim de semana vai ser dedicado à vacinação dos jovens, mas, por causa das férias e da mobilidade, abrimos a casa aberta”, afirmou.
Segundo a task-force, de um universo de cerca de 380 mil jovens entre os 12 e os 15 anos, foram vacinados “quase 50%” no último fim de semana.
“Já não é só questão de saúde, é de liberdade. O objetivo é dar oportunidade a todos jovens que queiram ser vacinados para começar o ano letivo com menos preocupações e libertarmos a comunidade deste vírus.”, frisou.