Quando Bernard Arnault acordou na manhã de 5 de agosto, de acordo com o Índice de multimilionários da Forbes, o seu património líquido estava avaliado em 196 mil milhões de dólares (165,91 mil milhões de euros). O empresário francês, de 72 anos, superou assim Jeff Bezos que detinha 186 mil milhões de dólares (157,45 mil milhões de euros), tornando-se o homem mais rico do mundo. Tendo em conta os dados do Market Watch, as ações do grupo de luxo LVMH aumentaram 2.2% para quase os 165,2 dólares (139,84 euros) por ação. Desde o início do ano que a LVMH tem lucrado com o valor das ações a aumentarem 30% e o número de vendas e lucro das mesmas a atingirem recordes positivos no primeiro semestre de 2021. No que toca ao segundo trimestre, as receitas foram ainda maiores, superando 14% dos níveis pré-pandemia: mais 17,4 mil milhões de dólares (14,82 mil milhões de euros), acrescentando ao valor de mercado total que, quando Bernard se tornou no mais rico do mundo, era de 416 mil milhões de dólares (354,38 mil milhões em euros), segundo o The Independent.
Em contrapartida, os lucros da Amazon caíram 7% na semana anterior, facilitando a subida de Arnault, enquanto Bezos perdeu 14 mil milhões (11,93 mil milhões de euros) da sua fortuna num dia só.
Uma reviravolta já esperada
tudo apontava que esta seria «uma conquista efémera», e sete dias depois, no dia 12 de agosto, Elon Musk, CEO da Tesla Motors e da SpaceX, «subiu ao pódio», ultrapassando Arnault e tornou-se ele o homem mais rico do mundo.
Neste momento, o empresário da indústria tecnológica tem uma fortuna avaliada em 193 mil milhões de dólares (164,42 mil milhões de euros). Em segundo lugar, surge Jeff Bezos, com uma fortuna avaliada em 191 mil milhões de dólares (162,71 mil milhões de euros) e Bernard Arnault, com 176 mil milhões de dólares (149,94 mil milhões de euros).
Já não é a primeira vez que Elon Musk atinge esta marca. A 20 de julho, tornou-se o homem mais rico na Terra, ainda que por motivos bem diferentes: quando Bezos subiu ao espaço com o foguetão do Blue Origin, deixou de estar nesta posição, não por perder a riqueza, mas por ter saído do planeta. Assim, durante apenas 11 minutos, o CEO da SpaceX foi, realmente, o homem mais rico no planeta Terra.
Bernard Arnault e a sua fortuna
Bernard Jean Étienne Arnault nasceu em 5 de março de 1949, em Roubaix, França. Desde cedo que teve contacto com o mundo da luxúria: a sua mãe, Mari Josèphe Savinel, tinha um «fascínio por Dior» e o seu pai, o fabricante Jean Léon Arnault, formado pela École Centrale Paris, era dono da empresa de engenharia civil Ferret-Savinel. Foi precisamente na empresa da família que Arnault começou «a dar os primeiros passos» no mundos dos negócios. Depois de se formar na École Polytechnique, a principal escola de engenharia da França, em 1971, o jovem francês começou a trabalhar para a empresa do seu pai da qual acabou por ser presidente de 1978 a 1984, mudando o foco da empresa para o mercado imobiliário.
Depois disso, «os dedos tiveram sempre apontados para o céu»: em 1984, Bernard Arnault comprou a primeira empresa de artigos de luxo: a Financière Agache. Após essa compra, assumiu o controle da Boussac Saint-Frères, uma empresa têxtil em crise que detinha a Dior e a rede de lojas de departamentos Le Bon Marché. A fusão das duas empresas deu origem a LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton, em 1987. No ano seguinte, Arnault forneceu 1,28 mil milhões de euros, formando uma holding com a Guinness, que detinha 24% das ações da LVMH e, após os crescentes investimentos, tornou-se o maior acionista da marca – tornando-se também no responsável por transformar o grupo no maior conglomerado de luxo do mundo. Nos anos posteriores, a LVMH foi comprando mais e mais marcas de luxo, como a gigante Sephora. Além dessa marca, Bernard Arnault é acionista do Carrefour e da Princess Yachts.
Para além do universo empresarial, Arnault é apaixonado por arte, sendo considerado um dos colecionadores de arte mais importante do mundo. A sua coleção inclui obras de Picasso, Yves Klein, Henry Moore e Andy Warhol.