A pressão hospitalar devido aos internamentos por covid-19 apresenta uma “tendência estável a crescente”, bem como a incidência de casos em idosos, segundo o relatório ‘Monitorização das linhas vermelhas para a covid-19’, divulgado, esta sexta-feira, pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
O documento revela que o número de doentes com covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) em Portugal continental apresenta “uma tendência estável a crescente, correspondendo a 59%” do “valor crítico definido de 255 camas ocupadas”. Na semana passada este valor era de 55%.
O número de novos casos de covid-19 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias foi de 315, o que significa uma “tendência estável a nível nacional”. “Apenas no Algarve se observa uma incidência superior ao limiar de 480 casos em 14 dias por 100 000 habitantes (720)”, sublinha o relatório.
No entanto, no grupo etário de 65 ou mais anos, a incidência foi de 124 casos, apresentando uma “tendência estável a crescente a nível nacional”.
A mortalidade por covid-19 “tem tendência estável”: 15,4 óbitos em 14 dias por 100 mil habitantes.
O rácio de transmissibilidade – R(t) – apresenta valores inferiores a 1 a nível nacional (0,99) e nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve. Já nas “regiões Norte, Centro e Alentejo o R(t) é igual ou superior a 1, o que corresponde a uma tendência de incidência constante a crescente nestas regiões”.
Nos últimos sete dias, “observou-se uma diminuição do número de testes para deteção de SARS-CoV-2”. A proporção de testes positivos foi de 4,4% – mais 0,4% do que na última semana – e “encontra-se acima do limiar definido de 4%”.
A variante Delta, originalmente associada à Índia, continua “dominante em todas as regiões”, com uma frequência relativa de 100% dos casos avaliados entre 9 e 15 de agosto em Portugal.
Em suma “a análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de infeção por SARS-CoV-2 de elevada intensidade, com tendência estável a nível nacional, mas com provável tendência crescente na região Centro, nos grupos etários dos 10 aos 29 anos e acima dos 65 anos de idade”.
“A pressão sobre os cuidados de saúde tem tendência estável a crescente. A mortalidade por COVID-19 tem tendência estável, ainda acima do valor de referência. A manter-se este quadro, a atividade epidémica na população sénior e a pressão nos serviços de saúde poderão aumentar nas próximas semanas”, alerta o INSA.