O investigador Miguel Castanho defendeu ontem que a administração generalizada de uma terceira dose da vacina contra a covid-19 só faz sentido se essa mesma for atualizada às novas variantes do vírus, caso contrário, “é chover no molhado”. E acrescenta: “Não creio que seja necessário, a breve trecho, uma terceira dose de forma generalizada – eventualmente para doentes do sistema imunitário, sim – e, em minha opinião, só faz sentido considerar essa hipótese para uma vacina atualizada”, afirmou à Lusa o Investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, acrescentando que “a imunidade conferida pelas vacinas em uso neste momento durará tempo suficiente para se atualizar, produzir e distribuir as vacinas atualizadas”.
José Aranda da Silva, especialista em indústria farmacêutica e antigo bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, acredita que a evolução da pandemia “será favorável” nos próximos meses, uma vez que os “dados referentes à vacinação são muito positivos”, admitindo, no entanto, uma possibilidade de um reforço da imunização. Aranda da Silva referiu também que, “até ao momento, as notícias sobre medicamentos que possam erradicar a doença, como acontece com outros vírus, não são animadoras”.
E, tal como acontece com os medicamentos, a eficácia das vacinas não é de 100%, “pelo que haverá sempre uma parte da população que não fica imunizada”.
“Esta é uma realidade com todas as vacinas e a verdade é que, mesmo assim, com as vacinas conseguimos erradicar do planeta doenças infecciosas que foram devastadoras para a população de diversos continentes durante séculos”, salientou.
O virologista José Miguel Pereira lembra que a vacina contra a covid-19, não confere 100% de imunidade, uma vez que “há sempre um grupo de indivíduos que não adquirem a capacidade de criarem uma resposta imunologicamente competente para este agente viral”.
No dia em foram registadas 2552 infeções e 15 óbitos, o Ministério da Educação anunciou que todo “o pessoal docente e não docente, bem como os alunos do 3.º ciclo do ensino básico e os do ensino secundário, independentemente do seu estado vacinal, serão testados”.
De acordo com o comunicado, o pessoal docente e não docente será testado entre 6 e 17 de setembro, os alunos do secundário entre 20 de setembro e 1 de outubro e os alunos do 3.º ciclo entre 4 e 15 de outubro.