por Judite de Sousa
Jornalista
1.Nestes últimos dias de agosto, o pulsar político começa a estar voltado para as eleições autárquicas e necessariamente para as leituras políticas que serão feitas dos resultados. Há dois partidos parlamentares que irão a votos: Iniciativa Liberal e Chega. Um e outro irão confirmar nas urnas se estão a ser acompanhados por uma tendência de crescimento num espaço muito mais alargado do que as grandes áreas metropolitanas. As maiores dúvidas situam-se em relação ao Chega que declaradamente tem uma estratégia de captação de votos na área da direita tradicional. A ideia de uma espécie de conferência das direitas é mais um passo para ensaiar a captação de eleitorado numa zona de influência política que têm vindo a perder aresta. Neste ponto, qualquer aproximação do chega ao PSD é uma armadilha aos social-democratas. O PSD só tem a perder se existir a percepção pública de que possa existir qualquer tipo de diálogo com a extrema direita. O caminho do PSD é ao centro junto do eleitorado moderado que não se revê na maioria política de esquerda. Mas para isso, é preciso um caderno alternativo de políticas sólidas, credíveis e convincentes. A par de uma liderança assertiva e eficaz. O teste das autárquicas vai permitir avaliar sobre estas duas variáveis no terreno: políticas e liderança. Mas, pelo que se vai intuindo, o caminho parece ser estreito. Teremos um pântano à direita como diz António Costa?
2. O vice-almirante Gouveia e Melo mostrou ser a escolha mais do que acertada para dirigir o plano de vacinação. Com um ar sereno, bom comunicador, evidenciou competência num terreno sensível e de escrutínio rápido. Os resultados confirmam a forma competente como tem empreendido a sua missão. A confiança é dos bens mais importantes no exercício de funções públicas.